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Documentário investiga trajetória de Bob Marley

GNT exibe hoje o inédito Rebel Music: a história de Bob Marley, que costura depoimentos surpreendentes para contar a história do ídolo

Por Agencia Estado
Atualização:

Gilberto Gil fez uma música falando sobre o que foi para o povo pobre da periferia de Salvador a morte de Bob Marley. Em vários países africanos, a dor foi a mesma da população jamaicana. Nunca um astro negro, saído dos guetos, chegou tão alto e cantou tão bem o sentimento deste povo. Bob Marley conseguiu ser popular, inventar um gênero de música e ser, contando só com seu talento e inspiração, um compositor sofisticado, capaz de criar belíssimas melodias. Um mito. Hoje, às 23h30, o GNT exibe o belíssimo documentário inédito Rebel Music: a História de Bob Marley, lembrando os 20 anos de sua morte - aos 36 anos, vítima de câncer. O programa mostra claramente como Bob Marley contraria aquele pensamento simplista de que, depois de morto todo mundo vira santo. Coerente, a partir de quando, ainda criança, começou a traduzir em música as suas angústias e alegrias, Bob Marley tem uma história apaixonante e dramática, desde que nasceu. Filho de uma jamaicana negra e de um branco, capitão do exército britânico, Bob foi rejeitado pelo pai. Os amigos até costumavam dizer que ele, independentemente de sua profunda crença, talvez tivesse sido atraído para o rastafarianismo por conta de uma de suas máximas que dizia "se sua mãe o abandonou, se seu pai o abandonou, o rastafarianismo o acolherá". A devoção de Bob pelo etíope Hailé Selassie, líder máximo da crença, era quase uma paixão de pai para filho. Selassie, segundo Marley, era o verdadeiro Messias, o Deus negro. O documentário traz depoimentos dos Wailers originais (Bunny Livingston, Peter Tosh, Aston Barrett, Al Anderson), da mulher Rita Marley, do produtor de discos Coxsone Dodd, da mãe Cedella, de Chris Blackwell, fundador da Island Records, de Cindy Breakspeare, uma ex-namorada - entre muitos outros. Mas talvez o mais impressionante seja o de um ex-funcionário da CIA, Philip Agee, que confirma o plano para assassinar Bob Marley, quando a Jamaica estava dividida politicamente e ele era, mais do que nunca, a voz do povo oprimido. "A CIA estava preocupada com o reggae e com Marley, porque ele ajudava a tornar o povo consciente", conta Agee. Bob, ao lado de Rita e do agente Don Taylor, foi baleado em sua casa, na rua Hope, 56.

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