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Documentário destaca vida e obra de Itamar Assumpção

Por AE
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O documentário "Daquele Instante em Diante", que estreia hoje, tem o "caráter vulcânico" da personalidade do homenageado: Itamar Assumpção (1949-2003). Quem afirma é diretor Rogério Velloso, que teve acesso a tanto material com "grande apoio da família" (a viúva Elizena e as filhas Anelis e Serena), que daria para realizar mais do que um filme, mas uma série. "Foi uma oportunidade única para se fazer um trabalho à altura do cara", diz.Velloso mergulhou fundo na obra e na vida pessoal do genial artista para mostrar os "vários Itamares": o compositor, o poeta, o performer, o amante das plantas (especialmente as orquídeas), o homem caseiro, o gênio incompreendido, o controlador irredutível de tudo o que envolvia sua criação, o parceiro de tantos outros talentosos contemporâneos, como Luiz Tatit, Alice Ruiz, Arrigo Barnabé, Suzana Salles, Paulo Lepetit, Alzira Espíndola, Tata Fernandes, Luiz Waack, Luiz Chagas, entre outros que dão sua visão do amigo. "Ele se mostrou de alguma forma nesses fragmentos", diz Velloso. "Você pode vê-lo no filme por um monte de prismas, porque cada um conheceu um Itamar diferente."Isso tudo além do próprio Itamar, que aparece em número generoso de entrevistas, ensaios e shows - precioso material de arquivo, que revela ao público que não teve a oportunidade de conhecê-lo o quanto ele era maior no palco do que em gravações. "A ideia foi fazer um filme para quem não conhecia o Itamar pudesse ter acesso, então decifrar não só o jeito tão peculiar que ele desenvolvia a própria música, trabalhando com as linhas de baixo. Ao mesmo tempo em que o filme tem a linearidade, em que você vê a evolução da musicalidade e do pensamento, ele tem uma espiralidade também", diz Velloso. Tatit observa como, apesar de quase sempre continuar relacionado ao Nego Dito/Beleléu, ao longo da carreira ele foi deixando o personagem em segundo plano e sofisticando sua música. Um dos pontos altos foi o trabalho voltado para a obra de Ataulfo Alves (1909-1969), em que expõe toda sua elegância negra, em comum com o homenageado.O diretor evitou todos rótulos dos quais Itamar foi vítima - em nenhuma situação é usada pelos entrevistados a palavra "vanguarda", por exemplo. Como lembra Suzana, aquilo que marcou a música de São Paulo na década de 1980 "não foi um movimento, mas um momento". Sucesso Itamar fazia a seu modo, com shows lotados e longas temporadas em teatros de São Paulo.O filme, que abre a Série Iconoclássicos, do Itaú Cultural, vai ficar um mês em cartaz em sessões com entrada franca nas salas do Unibanco Pompeia, Augusta e Frei Caneca, além de Curitiba, Fortaleza, Rio, Salvador, Santos e Porto Alegre, com sessões grátis em horário nobre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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