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Dividida em duas, OSB dá início a uma nova fase

Plano é que 33 reintegrados voltem a tocar ainda este ano

Por Roberta Pennafort
Atualização:

"Agora temos duas orquestras, abrimos mais oportunidades de trabalho e conseguimos trazer jovens brasileiros que queriam voltar do exterior", vibra, referindo-se às contratações pós-audições, necessárias para preencher as vagas dos demitidos, e também à criação de um novo corpo orquestral, agora que eles serão reintegrados. "Eu me sinto honrado, me preocupava com as famílias, com o fato de eles não terem onde tocar. Aqui não é Berlim, onde há dezenas de orquestras. Queremos pegar os músicos, botar no colo e fazer carinho. Se Deus quiser, ainda vão tocar em 2011."Os instrumentistas, que se insurgiram contra testes de desempenho que mais lhes pareceram audições de ingresso (alguns têm décadas de OSB), e contra o regente titular, Roberto Minczuk, que as idealizou, conseguiram a garantia de que não terão de fazê-los "durante toda a vigência de seus contratos" (assegurada até 31/8/2013). E também a de que não precisarão tocar com Minczuk. Outra conquista foi a saída dele do cargo de diretor artístico da OSB, em julho, quando foi substituído por Bicudo (e por Pablo Castellar) - os músicos reclamavam da concentração de poder, que vinha desde que assumiu, em 2005. Por outro lado, eles não ganharão os novos salários, pago só aos avaliados e exclusivos da OSB (os 33 não precisam dar exclusividade). "Foi um final feliz, a gente quer é tocar. A proposta melhorou muito até aqui", comemora o violinista Luzer Machtyngier, que os representa. Alguns seguem ressabiados, adotaram o "é esperar para ver". Mas parece unânime a sensação de que foi um "fim honroso" para a crise.Por sua vez, a OSB manteve-se com Minczuk e ganhou 21 novos músicos. "Isso (o maestro) nunca foi colocado em questão pelo conselho nem pela Fundação OSB", diz o presidente da Fosb, Eleazar de Carvalho Filho. "Tivemos um desfecho em que todos ganham. Aprendemos que é difícil preservar algo, e é fácil perder. Vamos olhar para frente. O tempo vai permitir que tudo aconteça de forma serena."A nova orquestra nasce 71 anos depois da "original" e ainda não tem nome. Bicudo reconhece que a ideia das duas formações "parecia meio maluca", mas lembra que várias orquestras têm mais de um grupo (Boston, Chicago, Los Angeles). "Do jeito que foi feito aqui é inédito no mundo, é uma solução paliativa, o acordo possível", espantou-se o compositor Marlos Nobre, que já teve obras estreadas pela OSB. "Não podem existir duas OSBs, duas Osesps... Agora é rezar e esperar a programação."

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