Diversidade na quinta eliminatória do Visa

Programa teve trio harmônico, choro em roupagem pop, duo de violões e piano-solo

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Por Agencia Estado
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O 7.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Instrumental, realizado pela Rádio Eldorado, teve um de seus programas mais diversificados anteontem, noite da quinta eliminatória. Abrindo a disputa, o paulistano Trio Setó, formado por Camilo Carrara (violão e bandolim), Eduardo Contrera (percussão) e Pedro Macedo (contrabaixo acústico e violão). Difícil definir o estilo do grupo, de sonoridade minimalista, que fez releituras de temas de Chiquinha Gonzaga, Edu Lobo e Hermeto Pascoal, além de uma composição de Contrera, impregnadas de beleza e harmonia. Essa mesma atmosfera marcou a apresentação dos paulistanos João Luiz e Douglas Lora, dois violonistas que promoveram diálogos criativos. Interligados pelo rigor interpretativo, tiveram ainda o mérito de escolher um ótimo repertório que incluía uma composição de Lora e outras de Pixinguinha e Benedito Lacerda, Heraldo do Monte. Não deixou de ser ousado incluir um tema de Paulo Bellinati, já que, além de ás do violão, o autor estava na platéia como jurado do prêmio. A entrada do bandolinista gaúcho Henry Lentino destoou dos demais, pela sonoridade pop do quarteto que o acompanhou. Assim como pela concepção moderna que fez do choro, como uma evolução de Armandinho e A Cor do Som. Colocou molho funk jazz-fusion em Lamentos (Pixinguinha) e misturou tudo, citando Beat It (Michael Jackson) em Esperança, de sua autoria. Além disso apresentou a versão mais acidentada de O Vôo da Mosca (Jacob do Bandolim), que apareceu pela quarta vez nesta fase do Visa. Causou estranhamento e dividiu a platéia. Em contraste com Lentino, o pianista carioca Pablo Lapidusas foi breve e linear, tocando peças menos desgastadas de Chico Buarque (O Futebol), Edu Lobo e Vinícius de Moraes (Canto Triste) e uma versão "sem arranjo, para soltar os cachorros" de Manhã de Carnaval (Antônio Maria/Luiz Bonfá) - mais do que "livre", irreconhecível. Depois de esperar, bem-humorado e paciente, alguém atender o telefone celular na platéia, acabou homenageando a mãe, "pequenina e que anda rápido", com a simpática Formiguinha, dele próprio. Conciso e direto.

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