
20 de julho de 2014 | 02h06
O repórter observa que o coro africano, formado por um grupo que canta e dança comentando a ação, é um dos recursos mais originais e divertidos do filme. "Foi o que também pensei. Desde que os personagens apareceram no roteiro, senti que poderia fazer algo muito visual. A África é um continente que mexe com a cabeça da gente. Vida primitiva, natureza selvagem, animais exóticos, paisagens de cortar o fôlego. Mas nada disso substitui os próprios africanos. Filmamos in loco e recebemos o carinho daquelas pessoas, que foram muito hospitaleiras. Seria um canalha, se retribuísse sendo ofensivo."
Há uma ditadura do politicamente correto, e Coraci e Sandler são acusados de transgredir várias regras. Humilhação das crianças, hipocrisia na abordagem do comportamento masculino - tudo é motivo de crítica. "Já trabalhei antes com Adam e o que posso dizer é que esse filme nasceu do desejo dele de falar sobre a paternidade. Adam é pai de duas filhas. É um pai amoroso. Como alguém pode nos acusar de bullying, de humilhar as crianças? O problema é que as pessoas se levam a sério demais. Se elas zoassem mais consigo mesmas, esse mundo seria melhor, com certeza."
Sandler volta a formar dupla com Drew Barrymore (leia acima). "Drew é uma das pessoas mais doces e bem-humoradas que conheço. E a química dos dois bate na tela." Um dos filhos dela parece-se com Frodo, e isso é motivo para uma piada sobre o local onde ele esconde o 'anel'. Nas sessões no Brasil, o público morre de rir. Coraci sente-se recompensado. "Com Adam, a gente sempre trabalha a emoção, mas nunca se pode ser sentimental demais, para não ser pegajoso. Um pouco de vulgaridade também cabe, mas não demais, por causa da classificação etária (PG-13). É tudo uma questão de balancear." A surpresa é a confissão do diretor. "Faço comédias, e gosto do que faço, mas meu gênero preferido é a ficção científica. Você viu No Limite do Amanhã, com Tom Cruise? Adorei", ele diz.
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