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Dia do Livro é comemorado no Brasil e no mundo

Unesco inicia campanha "dê um livro" para incentivar a leitura no País

Por Agencia Estado
Atualização:

Há 12 anos a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - definiu que o dia 23 de abril seria dedicado à comemoração do Dia do Livro e dos Direitos do Autor. Mais de cem países homenageiam os gênios da literatura, o inglês William Shakespeare e o espanhol Miguel de Cervantes, que morreram nesta data, no ano de 1616. No Brasil, o escritório da Unesco, iniciou uma campanha que se estende até o próximo domingo, 29, como tema "Dê um livro: incentive a educação e a leitura? para incentivar a troca de livros e estimular a leitura. Os brasileiros lêem muito pouco, uma média de 1,8 livros por ano. Já os franceses lêem sete livros em média, afirma o representante da Unesco no Brasil, Vicent Defourny. Para ele, há uma defasagem muito grande em relação aos outros países no que se refere à educação, ao analfabetismo e à leitura. ?Para os países que pretendem participar de uma economia globalizada, é importante que desenvolvam sua educação, suas possibilidades de leitura, de ascender ao conhecimento?. Capital do livro A cidade de Bogotá foi eleita a Capital Mundial do Livro. Sinos de todas as igrejas católicas tocaram ao meio-dia desta segunda-feira, 23, para celebrar o título entregue à cidade, pela Unesco. A capital da Colômbia reuniu 92 estudantes que representavam a cifra de títulos lançados pela campanha "Livro ao vento", da prefeitura da cidade, e que foi um dos motivos para a escolha de Bogotá como Capital Mundial do Livro. Além disso, Bogotá possui uma grande rede de bibliotecas públicas e organiza uma das maiores feiras de livros da America Latina. Antes de Bogotá, a cidade distinguida foi Turin, na Itália, Madri Madrid (2001), Alexandria (Egito, 2002), Nova Délhi (Índia, 2003), Amberes (Bélgica, 2004) e Montreal (Canadá, 2005). Flores em Barcelona O Dia do Livro em Barcelona, na Espanha, enche as ruas de pessoas e rosas. A festa começa no domingo e termina nesta segunda, com programas de televisão e editoras, escritores, artistas, jornalistas. É um costume na cidade espanhola ver as mulheres de todas as idades com uma rosa na mão. As pessoas dão rosas e livros umas para as outras como símbolo de amizade e amor. Os livreiros esperam faturar R$ 60 milhões com a venda de livros e as floriculturas, R$ 15 milhões. Madri salva palavras Em Madri, no Dia do Livro foi lançada uma campanha para salvar 7.120 palavras da língua hispânica que correm o risco de extinção. Internautas de cinco continentes farão o resgate de palavras pouco usadas da líndua em 21 dias. A Escola de Escritores de Madri e a Escola de Escritura do Ateneo de Barcelona lançaram a convocatória "Apadrinhe uma palavra em vias de extinção", contando com 13.833 participantes de 69 países, entre eles Espanha, Argentina, Chile e México. Roma lê Cervantes Em Roma, na Itália, a obra-prima da literatura espanhola Dom Quixote de la Mancha está sendo lido desde o sábado até esta segunda, numa maratona de leitura. A iniciativa é do Instituto de Cervantes de Roma, que reproduz na capital italiana um evento realizado em Madri há dez anos, onde o clássico de Cervantes é lido durante 48 horas. China e a pirataria O índice de leitura cai na China, enquanto a pirataria cresce. O Dia do Livro transcorre com certo desinteresse no país que se converte em uma potência econômica. Segundo a agência de notícias Xinhua, 48,7% dos chineses leram menos de um livro em 2005, uma cifra muito inferior aos 60,4% de 1999. Entre os jovens de 18 e 19 anos a tendência piora. 45,9% declaram que não lêem. A televisão, o computador e a internet ocupam o tempo dos jovens. Além disso, os livros são caros no país, o governo não intervém para que as editoras lancem livros de baixo custo, nem abre mais bibliotecas. A censura oficial é forte sobre o setor, tornando quase impossível encontrar no mercado edições de autores estrangeiros, exceto os clássicos, o que faz com que a pirataria aumente no setor.

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