Devendra Banhart, bardo do freak folk, lança novo álbum

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Por AE
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Devendra Banhart é um culto de poucos, mas um culto tenaz e consolidado. Desde que surgiu na cena musical, há uns 10 anos, com seu ideário neo-hippie e a antena musical indie-tropicalista, virou herói em todos os recantos do mundo. Enquadraram-no em um ramo bizarro, o freak folk.Por isso, é curioso vê-lo retornar agora com o cabelinho aparado, um certo ar yuppie e polinizando uns versos desencantados em "Mala" (Warner/Nonesuch), seu oitavo disco. "O amor será como um pai biológico há muito desconhecido", ele canta. Ou então: "Amor, você é um parceiro estranho". Ou ainda: "Isso não é o fim do mundo/ Mas também não é o começo de um novo". É quase um manifesto de antirromantismo, embora ele esteja no auge de uma paixão."O pessimismo é libertador", explica Devendra, de 31 anos, falando à reportagem por telefone, de Nova York. "O pessimismo me liberta para ser otimista. O humor e o sarcasmo derrubam barreiras, clareiam o caminho", continua. Nascido no Texas, criado na Venezuela até os 15 anos, recondicionado na Califórnia, ex-namorado de Natalie Portman, amigo de brasileiros como Cibelle e fã dos Novos Baianos e dos Secos & Molhados, ele habita uma região de difícil catalogação na música, entre o folk e o experimental, entre a neobossa e o "pop impopular", como ele diz, se autossacaneando.Sua nova odisseia sonora, "Mala", foi gravada com o parceiro Noah Georgeson em seu estúdio caseiro em Los Angeles. "Rodrigo tocou bateria e guitarra no disco todo, e agora vai seguir com a gente para a turnê do disco", conta Banhart. "Rodrigo" é Rodrigo Amarante, dos Los Hermanos. Devendra adianta que, após a turnê pelos Estados Unidos e pela Europa, trará o concerto para o Brasil."Quero ir a Salvador, a Brasília, a Curitiba, ao Rio de Janeiro, a São Paulo. É fácil ir à América do Sul com uma turnê? Não, é complicado. Mas vou fazer o diabo para ir, porque é fundamental para a gente tocar aí. Se tudo der certo, lá por volta de setembro, outubro, estaremos no Brasil.""Mala" (significa pequena, em sérvio) tem participação vocal da atual namorada no músico, a modelo, fotógrafa e designer sérvia Ana Kra?. Ela murmura, como Jane Birkin e Brigitte Bardot nos discos de Serge Gainsbourg, em duas faixas: "Your Fine Petting Duck" e "Tarobolium". "A influência dela é evidente, mas não no conteúdo. Ela foi inspiradora, deu ideias, apoio, além de cantar lindamente no disco", afirma o cantor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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