Destaque de 2000 faz temporada popular

Pobre Super-Homem, uma das melhores montagens do ano passado, terá apresentações a preço popular hoje e amanhã no Teatro João Caetano

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Por Agencia Estado
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Um dos melhores espetáculos de 2000, Pobre Super-Homem, pode ser visto hoje e amanhã por R$ 5 no Teatro João Caetano, dentro do Mês Teatral. A peça, que também continua temporada no TBC, é do canadense Brad Fraser, o mesmo autor de Amor e Restos Humanos. Estreado no Centro Cultural São Paulo, em abril do ano passado, Pobre Super-Homem valeu a Sérgio Ferrara o prêmio APCA de melhor diretor do ano. No elenco, algo raro em teatro, estão ainda os cinco atores que estrearam a peça: Marco Antônio Pâmio, Rosaly Papadopol, Olayr Coan, Gustavo Haddad e Rachel Ripani. Pobre Super-Homem trata de assuntos comuns. Fala de solidão, busca de amor, doença, morte, traição. Acontece que a peça coloca em cena personagens que estão de uma forma ou de outra à margem da sociedade: um pintor gay (Pâmio), um transexual que chega ao último estágio das infecções oportunistas causadas pela Aids (Coan), uma radialista que caça homens na noite (Papadopol). Quando o pintor vai trabalhar no pequeno restaurante de um jovem casal (Haddad e Rachel Ripani), ele desestabiliza a relação. E desencadeia uma crise que envolve todos os personagens da peça. Ampliação do público - "A temporada no TBC vai até março", diz Sérgio Ferrara. "Além do Mês Teatral, vamos participar ainda da Caravana Teatral, que viajará em abril pelo interior. Em maio, vamos fazer ainda uma semana no Teatro do Sesi, na Av. Paulista." O diretor sente-se ainda "um pouco espantando" com a longa carreira de Pobre Super-Homem. "Nunca fiz espetáculo que ficasse tanto tempo." "O melhor é que agora a peça deixou de ser vista apenas pelo público gay", acrescenta. "Essa platéia vai ver a peça, mas atualmente 60 ou 70% é formado por casais heterossexuais, por velhinhas e aposentados. Acho muito bom isso. A peça está ganhando outras faixas de espectadores. É isso que queríamos desde o início. Falar de homossexualidade, mas não com exclusividade para os homossexuais. Sabíamos que a peça tinha potencial para isso. E estávamos certos." A razão do sucesso da montagem, segundo Ferrara, está no fato de que "as pessoas se identificam, se reconhecem na trama. Elas querem ouvir falar de gente de verdade. E a peça tem isso". Pobre Super-Homem - Teatro João Caetano - R. Borges Lagoa, 650, tel.: 5573-3774). Hoje e amanhã, às 21 h. R$ 5. O espetáculo continua em carreira no Teatro Brasileiro de Comédia (R. Major Diogo, 215, com ingressos a preços sem promoção).

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