Design de Jum Nakao levanta a platéia

Além de buscar inspiração nas formas do século 19, o estilista padronizou as modelos com um capacete de Playmobil

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Por Agencia Estado
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Uma escolha: o caminho do manisfesto. Numa das posições sociais da moda, o seu lugar de objeto de consumo, finalmente uma ação de oposição, o desejo de provocação. Jum Nakao intimidou o tempo (atrasando pouco mais de 1 hora), criou um cenário composto por luzes negras e uma semi-escultura branca iluminada por luzes laranjas no lugar de passagem das modelos, expôs sua moda em direção ao design, exibiu manequins pasteurizadas por uma imagem de cabeça playmobil e um colan preto (um uniforme) e, por fim, emocionou a platéia da SPFW com a destruição de suas peças, verdadeiros ornamentos, vestidos-esculturas que jamais ocupariam a vitrine de uma loja da Oscar Freire. Ou não? Jum Nakao ainda tem uma questão com a moda. Em relação aos modelos, a redescoberta do volume, das saias armadas, do "resgate do artenasal"; em relação ao suporte, nada de tecidos (e seu conforto), mas o uso do papel branco (sua escolha de cor para o verão) e o que ele pode fazer, como se fosse um realizador de gravuras. Mas há uma indicação de que ele se inspirou nas formas do século 19. O que interessa, no caso, é o suporte para a sua idéia, seu conceito. Na prática, uma ação política. O que é moda? Para quem se faz moda? Já destruição de toda sua alfaiataria é, no entanto, manipuladora. Teria sido mais interessante deixar a idéia no ar, sem explicá-la. Veja Galeria de Fotos

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