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Desafio e superação no teatro de Eloy Araújo

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de dez anos escrevendo textos para a televisão, especialmente para as novelas, o ator, diretor e dramaturgo Eloy Araújo retorna ao teatro com um único propósito: passar para o público parte do conhecimento que adquiriu sobre os relacionamentos humanos, os reais valores da vida e, acima de tudo, sobre os caminhos para a evolução de cada um como ser humano. Mostrar que para qualquer problema existe sempre a superação é uma característica comum às novas peças que o autor levará aos palcos este ano. O primeiro texto a entrar em cena será Eu, Você e os Outros, com estréia prevista para abril ou maio, no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro. Para interpretar dois homens que ficam presos num abrigo antibomba quando estão levando mantimentos e não podem mais sair porque ocorreu algo na superfície, o diretor aguarda resposta dos atores Pedro Paulo Rangel e Selton Mello. "A produção ficará a cargo de Claudio Magnavita", adianta. "Esse texto revela a caminhada das personagens no sentido que busco sempre, o da evolução. Eles terão de superar o ego para que haja um entrosamento. É bíblico, amai-vos uns aos outros, não faça ao próximo o que não quer para si", analisa. O outro projeto é Não Chore, Carmem Brandão, que já tem confirmada a direção de Luiz Arthur Nunes e a participação dos atores Ivone Hoffmann, Herson Capri, Ednei Giovenazzi, Claudio Lins e Carolina Zanin. "Estou tentando fechar com o Teatro Leblon, para julho", conta o autor. O espetáculo narra a história de uma atriz de 55 anos, que, para alcançar o sucesso, passou por cima da família. A peça começa com ela sendo abandonada pelo marido numa noite de tempestade, depois de 28 anos de casamento. O drama continua quando um outro parente entra em sua casa e há um repasse de toda a vida da atriz. No momento em que ela parece estar morrendo, lhe é dada uma nova oportunidade. Então ela percebe o quanto foi injusta com seus filhos e o marido. "O cenário será de José Dias e a produção, de Denise Scudero. Para o segundo semestre, Araújo deve estrear, também no Rio e com produção de Claudio Magnavita, sua segunda comédia: Inda Uma Vez, Adeus. "Essa será uma produção um pouco mais cara, com elenco de nove atores", explica o diretor. Como em Não Chore, Carmem Brandão, o espetáculo é um eco dos problemas que norteiam a vida de muitas mulheres. Diferentemente do que ocorre com a personagem egoísta da peça anterior, em Inda Uma Vez Ângela, uma mulher que dedicou sua vida à família, encontra-se, aos 60 anos, desiludida e apática com a morte do marido. "Só que ele volta e começa a falar com ela. Mas como os filhos não conseguem vê-lo nem ouvi-lo, acreditam que a mãe está maluca. Ótimo, pois assim podem interná-la e ficar com toda a herança. Mas o fantasma começa a intervir ", conta Araújo. A primeira comédia do diretor é Tango, Bolero e Cha Cha Cha, que está em cartaz no Teatro Cultura Artística. Segundo Araújo, entre as frases que ilustram esta sua fase mais feliz e de bem com vida está um poema de madre Tereza de Calcutá: "a vida é um mistério, decifre-o; a vida é uma tragédia, supere-a; a vida é uma aventura, ouse; a vida é a vida, defenda-a." Além das três peças, o diretor quer editar outro texto, com duração de 5 horas e 25 personagens, sobre Santa Tereza D´ávila. "A Maitê Proença está interessada nessa produção", diz o dramaturgo. "Minha preocupação ao escrever é colocar a palavra dentro da ação. O autor tem de despertar o interesse do público e não parar de encantar. O importante é não esquecer que somos contadores de histórias." E quem não gosta de uma boa história?

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