Deputado confirma convite para o memorial

Governo deve trocar comando para acomodar político sem mandato, gerando protestos

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Por Jotabê Medeiros
Atualização:

O ex-deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) confirmou anteontem que já aguarda sua nomeação para a presidência da Fundação Memorial da América Latina, vinculada ao governo do Estado de São Paulo. "O governador (Geraldo Alckmin) me chamou e me convidou. Mas ainda tem a reunião do Conselho do Memorial, tem uns procedimentos", afirmou, falando por telefone de seu escritório político em Sorocaba (90 km de São Paulo).Pannunzio deve assumir num clima de desconfiança. Ele vai suceder Fernando Leça, desde 2005 à frente do Memorial e com um bom histórico de ações na área cultural. Muitos artistas consideram que a nomeação com critérios eminentemente políticos sacrifica a continuidade do bom trabalho que Leça vinha fazendo. O historiador Carlos Guilherme Mota considerou, em mensagem enviada a produtores e artistas, que a chegada de Pannunzio configura uma espécie de "golpe" do governo estadual.Segundo Pannunzio, o convite foi feito "há muito tempo", e ele só aguarda sua confirmação. Sobre se não se sentia desconfortável por ser uma indicação política, ele disse: "De forma nenhuma. A escolha é de caráter político. O atual presidente, o presidente anterior, todos foram escolhidos por critério políticos". Ele ponderou, entretanto, que não tem como dizer quando assumirá. "Eu sou o último a poder determinar isso."Embora o Memorial tenha vocação cultural intensa (de apresentações de Alícia Alonso e Mercedes Sosa e mostras de Rugendas e Botero), Pannunzio pretende intensificar ações sociais. "Há uma grande comunidade de bolivianos, paraguaios, argentinos em São Paulo. Vamos buscar uma integração maior."

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