Depardieu quer fazer filme na volátil região russa da Chechênia

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Por THOMAS GROVE
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A estrela de cinema Gérard Depardieu, que recebeu um abraço e um passaporte russo do presidente Vladimir Putin no mês passado, anunciou que quer fazer um filme na Chechênia depois de jantar e dançar com o violento líder da volátil região. Depardieu abandonou sua terra natal, a França, para evitar um planejado imposto de 75 por cento sobre milionários. Ele se mudou para a Bélgica no ano passado, mas então continuou em direção leste até a Rússia, onde Putin lhe concedeu a cidadania. Os dois homens apareceram na televisão estatal apertando as mãos e se abraçando. No dia seguinte ao registro de residente da cidade russa de Saransk, no sábado, a estrela de "Cyrano de Bergerac" e "Green Card - Passaporte para o Amor" voou até a capital chechena, Grozny, e apareceu na televisão em um banquete com o líder regional Ramzan Kadyrov. Kadyrov, pró-Kremlin, impôs uma paz inquieta sobre a Chechênia, onde militantes ainda lutam para criar um Estado islamista mais de uma década depois de a Rússia restabelecer o controle federal sobre a região de maioria muçulmana. Estima-se que duas guerras separatistas ali tenham matado mais de 100.000 pessoas. "Eu realmente iria gostar de filmar aqui e mostrar que é possível fazer isso aqui em Grozny, fazer um grande filme", disse Depardieu, de 64 anos, à emissora privada NTV, em declarações transmitidas na segunda-feira. "Não posso revelar todos os detalhes agora, mas voltaremos aqui e esse é apenas o começo", disse em uma recepção onde exibiu passos da tradicional dança ‘Lezginka', com floreios do punho no ar enquanto dançava com uma chechena que tinha um lenço verde na cabeça. Grupos de direitos humanos acusaram os serviços de segurança na Chechênia de realizar sequestros, torturas e assassinatos extrajudiciais para tentar conter a insurgência. Kadyrov nega as alegações e as descreve como uma tentativa de sujar seu nome.

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