Demissão de Soninha divide leitores

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Por Agencia Estado
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A demissão da apresentadora Sonia Francine, de 34 anos, por admitir o uso de maconha, dividiu os leitores do Estadao.com.br. Enquete aberta ontem e encerrada hoje de manhã revelou dados próximos a um empate técnico: de um total de 10.997 internautas, 51,9% concordaram com a decisão da TV Cultura, e 48,1% manifestaram-se contra. A apresentadora jamais empunhou a bandeira pelo uso da maconha, mas é como se tivesse. Ontem, um dia após ser demitida por ter afirmado à revista Época que consome a droga, ela participou de uma maratona de entrevistas em TVs, rádios, sites, jornais e revistas só para falar sobre o tema. Havia mais de 20 pedidos agendados. Soninha, como a apresentadora é conhecida, estuda processar a revista. O motivo seria a capa em que ela aparece sorrindo à frente de outros personagens e cujo título é "Eu fumo maconha". Para o advogado penalista Luiz Flávio Gomes, ela pode ter razão. "Isso pode dar ensejo a uma ação civil porque ela apareceu na capa fora de contexto", afirmou. No programa Melhor da Tarde, da TV Bandeirantes, Soninha afirmou que a repórter da revista foi correta, reproduzindo fielmente a sua entrevista, mas se defendeu da condenação pública que está sofrendo. "Eu não sou maconheira. Jamais faria um anúncio para maconha. O fato de uma pessoa consumir uma substância não deveria fazê-la criminosa." A ESPN Brasil, onde ela também trabalha, divulgou nota ontem afirmando que Soninha não será demitida e a emissora "não julga seus profissionais por opiniões e condutas pessoais". Propaganda inversa - Para Arthur Guerra de Andrade, chefe do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas, essa polêmica pode prejudicar campanhas antidroga já que Soninha é um "ícone" entre os jovens - apresentava um programa dirigido a esse público. "O consumo pode até aumentar pela propaganda inversa. Não porque ela disse que fuma, mas por ter sido demitida. Isso acaba aumentando a curiosidade dos jovens", explicou. Vivian, nome fictício de uma voluntária dos Narcóticos Anônimos de São Paulo, afirmou que Soninha não agiu corretamente. "Seria o mesmo que ela falasse que faz sexo sem camisinha. Ela pode comprometer outros que podem se tornar viciados." Pela lei, Soninha não cometeu delito ao assumir o consumo de maconha, nem a revista por publicar a entrevista. "A posse precedente não é crime. O que a legislação pune é a posse atual", explica Gomes. Neste caso, a pena varia de seis meses a dois anos de prisão.

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