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DeGeneres e Anne Heche: nova série, novo escândalo

Por Agencia Estado
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Ellen DeGeneres interpretando uma lésbica no horário nobre da TV americana e Anne Heche tirando vantagem da controvérsia. Esta não é uma notícia de 1997: a atriz de Seis Dias, Sete Noites, convertida recentemente ao heterossexualismo, decidiu lançar sua autobiografia no início de setembro, para aproveitar a exposição que sua ex-namorada vai ter apresentando o Emmy Awards e estreando seu novo The Ellen Show. É mais um episódio de uma das "novelas" mais comentadas em Hollywood no fim dos anos 90. Ellen DeGeneres virou uma estrela internacional no início de 1997, quando anunciou que sua personagem no pouco assistido seriado Ellen iria "sair do armário" (assumir a preferência sexual) e que ela faria o mesmo. Às vésperas da cerimônia do Oscar, ela aproveitou para apresentar ao mundo a nova namorada, Anne Heche, que estava estrelando um filme B chamado Volcano. Meses mais tarde - e depois de muita polêmica -, Ellen foi cancelado por conta da baixa audiência (ou por preconceito da ABC, de acordo com DeGeneres), a carreira de Heche no cinema não decolou e as duas passaram a levar uma vida discreta em Hollywood. A comediante viu que ainda tinha uma sólida base de fãs ao fazer uma bem-sucedida turnê pelos Estados Unidos no ano passado (que virou um especial do canal por assinatura HBO) e o casamento azedou. Heche foi parar nas colunas de fofocas no ano passado depois de perder o rumo em uma estrada da Califórnia e ir bater na porta de uma casa sem conseguir articular frases completas. Desde então, as duas vêm levando vidas completamente distintas. DeGeneres conseguiu emplacar seu The Ellen Show na CBS. No seriado, que estréia na segunda semana de setembro, ela faz o papel de uma empresária de internet falida que volta a sua cidade natal para morar com a mãe e a irmã. Ela acaba indo trabalhar como conselheira da escola em que estudou - o que causa uma série de confusões. Ah, sim: a personagem é lésbica. Heche, que estava planejando lançar sua autobiografia, Call Me Crazy, apenas no ano que vem, resolveu adiantar o processo para aproveitar a temporada high-profile da ex-namorada, que vai estar comandando o Oscar da TV americana no dia 5 de setembro. Enquanto a editora diz que o lançamento do livro apenas "coincidiu" com a estréia do novo seriado, DeGeneres disse que é "mais um espinho vindo de Heche". Heche também deve revelar a intimidade das duas também em uma entrevista no programa 20/20, comandado por Barbara Walters no mesmo dia do Emmy. Apesar de toda a publicidade grátis que a movimentação deve gerar, a volta de DeGeneres à TV é uma empreitada arriscada. A CBS, por exemplo, está vendo o programa com cautela, tendo se comprometido a produzir apenas seis episódios. O problema, desta vez, não é a controvérsia que o comportamento gay pode gerar (Will & Grace é uma das séries mais importantes da NBC atualmente), mas as similaridades do The Ellen Show com outro programa desastroso: Normal, Ohio, estrelado por John Goodman no ano passado, que teve apenas três episódios exibidos. A série mostrou o quanto é difícil fazer graça a partir de um personagem gay e sua família em uma pequena cidade conservadora. Apesar de ter a produção assinada por nomes que trabalharam em sucessos como Seinfeld e Supergatas e de contar com a fiel base de fãs da comediante, o programa vai ter de fazer o público rir para continuar no ar: vai ser preciso uma namorada muita famosa para fazer com que DeGeneres ganhe uma terceira chance na TV americana.

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