Definida temporada 2012 do Teatro Municipal do Rio

Fechamento de janeiro até agora foi motivado pelo desabamento de prédios vizinhos

PUBLICIDADE

Por ROBERTA PENNAFORT - O Estado de S.Paulo
Atualização:

RIO - Os adoradores do Teatro Municipal do Rio ficaram apavorados ao saber do desabamento de três prédios na Cinelândia, dia 25 de janeiro, separados por poucos metros do edifício histórico, então fechado por se tratar do período de férias coletivas. Vistorias logo constataram que a tragédia, que vitimou 22 pessoas, não havia repercutido no teatro recém-reformado. Nenhum vitral se quebrou, mas foi preciso permanecer cerrado até agora para garantir a segurança dos funcionários, sacudir a poeira e reocupar o palco. A abertura da temporada 2012, antes prevista para março, será esta noite. A Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse toca Debussy, Ravel e Berlioz sob a regência do maestro russo Tugan Sokhiev, concerto que passou pela Sala São Paulo ontem e anteontem. A programação internacional segue sábado com o trio da violinista escocesa Nicola Benedetti; a noite de quinta-feira que vem será do chinês estrela do piano Lang Lang. Para chegar até aqui, foi preciso retirar quatro três dedos de altura de sujeira do palco, remover pedregulhos dos canos de ar condicionado, lavar e relavar poltronas, tapetes e cortinas e limpar as varas cênicas. Também se fez necessária a criação de uma nova bilheteria, com entrada por uma lateral do teatro. Isso porque a antiga, no prédio anexo ao teatro, colado aos que caíram e no qual funcionam a parte administrativa e as salas de ensaio, foi destruída pelos escombros. Com o primeiro e o segundo andares ainda em fase de reconstrução, o anexo segue interditado aos funcionários, apesar de estruturalmente ter sido liberado pela Defesa Civil há dois meses. Os andares mais altos terão de receber enxertos de cimento, por apresentarem fissuras. O revestimento externo será refeito. "Foi um pesadelo, mas a gente foi abençoada por não ter acontecido nada ao teatro e aos funcionários", diz a diretora, Carla Camurati. A pauta ficou complicada, e ela teve de derrubar uma ópera e um concerto marcados. A programação própria do teatro começa no dia 31, com o balé A Criação, produção que envolverá balé, coro e orquestra. Por conta do fechamento, cada grupo artístico teve de ser remanejado para outros espaços. A volta para casa segue em aberto.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.