Dean DeBlois comenta seu filme, 'Como Treinar Seu Dragão 3', que estreia em janeiro

CCXP também comemora público e anuncia datas para 2019

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em apenas quatro dias, da quinta, 6, ao domingo, 9, a CCXP 18, na Expo da Imigrantes, recebeu 262 mil visitantes e se firmou como o maior evento de cultura pop do mundo. Desse total, 50% dos visitantes correspondem ao público de São Paulo, o restante distribui-se entre frequentadores de todo o Brasil e da América Latina. Sendo um evento de divulgação de filmes e demais produtos do universo geek, a CCXP deste ano registrou um ticket médio de compras de R$ 300. E, embora a predominância continue sendo dos homens, a participação feminina cresceu muito – 55% a 45%.

Muita gente pagou (caro) para prestigiar os painéis que atraíram astros e estrelas de Hollywood, trazidos pelos estúdios ou bancados pela organização da CCXPBrie Larson, Jake Gyllenhaal, Sandra Bullock, Elle Page, Michael B. Jordan, Sebastian Stan e Tom Holland, entre outros. Entre os diretores, nenhum fez mais sucesso que M. Night Shyamalan, o mago de O Sexo Sentido, que veio dizer que seu novo longa – Vidro –, que estreia em janeiro, é como o anterior, Fragmentado, parte de uma trilogia que agora se encerra e que começou há 18 anos com Corpo Fechado. Mas também fez muito sucesso Dean DeBlois, diretor da animação Como Treinar Seu Dragão 3, que também estreia em janeiro (dia 17).

Amizade e aceitação. 'Como Treinar Seu Dragão 3' Foto: DREAMWORKS ANIMATION

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A criançada já tem atração garantida no verão. Pelas cenas que DeBlois mostrou na CCXP, Dragão 3 será um belíssimo fecho para a história de Soluço e Banguela. Sim, fecho, porque o filme encerra o que não foi inicialmente planejado para ser uma trilogia – ao contrário de Corpo Fechado/Fragmentado/Vidro –, mas se converteu em uma. “Quando fizemos o primeiro Como Treinar Seu Dragão, em 2010, Chris (Sanders, codiretor) e eu queríamos contar a história de um garoto atrapalhado que termina por se aceitar, e também sobre como sua amizade com um dragão é decisiva para isso. A própria ideia do dragão invoca o desconhecido, o medo do outro, e o que queríamos era falar de aceitação. Mas aí ocorreu de o filme fazer tanto sucesso, de público e crítica, que uma sequência se tornou inevitável. Foi aí que começou a se delinear o conceito da trilogia.”

O 2 é sobre o menino que vira homem, com as responsabilidades daí decorrentes. E o 3? “É sobre a separação. Soluço precisa aprender a se separar de Banguela, a se tornar menos dependente, como o homem maduro que é. O próprio Banguela, que sempre foi apresentado como o último de sua espécie, precisa seguir o próprio caminho. Na vida, as separações, por mais dolorosas que sejam, ocorrem.” Alguma coisa na vida do próprio DeBlois, que assina o filme sozinho, justificou essa guinada para a separação? “Não necessariamente, era apenas a necessidade de fechar um ciclo.” É por isso que surge agora Fúria da Luz como um interesse romântico de Banguela – para que ele também vá viver sua vida separada de Soluço? “Pode-se dizer que sim, mas Fúria da Luz também representa o chamado selvagem que Banguela precisa reassumir. Homens e dragões, afinal, são espécies diferentes. A mensagem de tolerância não significa que tenham de ser iguais. A tolerância é justamente o respeito e a aceitação do outro como é.”

Nesses anos todos como animador, DeBlois tem usado a ferramenta do digital. “É um período que nem é longo, mas as coisas são muito dinâmicas e mudam muito. Há dez anos, não havia tecnologia para fazer coisas que hoje pertencem ao bê-á-bá do cinema. A trilogia do Dragão é prova disso.” Com base no que ele afirma, a pergunta não quer calar – se há tecnologia para tudo, a imaginação é o limite de quem cria? “Com certeza. O mais interessante é que, quando começamos, Chris e eu, tínhamos aqueles cineastas que eram como faróis. Steven Spielberg, George Lucas, Ridley Scott, James Cameron. Como criadores de mundos, eram inigualáveis. Queríamos ser como eles. Hoje, o que ocorre é que também somos referências para uma nova geração. E é assim que as coisas andam.”

Dean DeBlois impressionou-se com a grandiosidade da CCXP 18. “A vibração do público é contagiante.” Ele lança o filme e faz o quê? Parte para outro? “Tenho algumas ideias e você saberá quando tudo for decidido, mas agora o que preciso é de férias.” Para os organizadores, ter encerrado a CCXP deste ano significa que já está começando o trabalho para fazer a do ano que vem – a CCXP 19 ocorrerá de 5 a 8 de dezembro de 2019. O anúncio foi feito por Pierre Mantovani, CEO da Omelete Company, que organiza o evento no Brasil. “Não foi por acaso que nos tornamos o centro das atenções do mundo, quando estamos falando em lançamentos de cultura pop. A CCXP cresceu muito e hoje estamos, inclusive, chegando a outro continente. Queremos que o mundo conheça a qualidade de entrega do Brasil, quando o assunto é o universo do entretenimento. Todos os estúdios de Hollywood estão aqui prestigiando a gente e trazendo seus conteúdos ainda não visados por outros países.” 

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