De volta para casa

Criador brasileiro radicado na Suíça é grande atração do Panorama Sesi

PUBLICIDADE

Por Maria Eugenia de Menezes
Atualização:

A fórmula é basicamente a mesma. Em sua 11.ª edição, o Panorama Sesi de Dança elege alguns espetáculos que se destacaram recentemente - caso de Naturalmente, de Antônio Nóbrega. E combina essa seleta a trabalhos inéditos de nomes marcantes do cenário contemporâneo, como Mário Nascimento e Jorge Garcia. A presença de uma companhia internacional, contudo, promete roubar a cena do evento, que começa hoje. Consagrados mundo afora, os suíços da Alias apresentam-se pela primeira vez em São Paulo. Na bagagem, trazem dois espetáculos: Sideways Rain, montagem mais recente do grupo, e Le Poids des Éponges. Concebida em 2002, a criação é um dos maiores sucessos da trajetória de Guilherme Botelho - coreógrafo brasileiro que é fundador e diretor da Alias. "É uma figura proeminente lá fora, que frequenta um circuito internacional importante", comenta a curadora Ana Francisca Ponzio. "Também será interessante mostrar trabalhos de épocas diferentes, ter uma perspectiva do trabalho dele. Será uma descoberta para o público brasileiro." Além da excelência técnica, as coreografias de Botelho costumam chamar a atenção pelo lastro de teatralidade que exibem. Um traço que, como ele mesmo sugere, poderá ser visto em ambas as peças. Mas que vem adquirindo contornos diferentes ao longo do tempo. "Essa mudança não foi uma decisão, mas uma necessidade", diz o artista. Le Poids des Éponges sustenta-se sobre uma dramaturgia de contornos claros, um enredo que delineia e conduz o seu desenvolvimento. Também ficam evidentes na criação - que foi remontada especialmente para as apresentações aqui - elementos de certa comicidade. Já em Sideways Rain o aspecto teatral assume outro patamar. "É um trabalho muito mais gráfico, mais abstrato", observa. Haverá duas apresentações de cada um dos espetáculos. A expectativa de Botelho, porém, é que a relação com o país natal persista. "Gostaria de criar um vínculo entre a minha companhia e o Brasil."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.