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De casa nova, MAC mira circuito internacional

Em balanço anunciado hoje, o diretor do Museu de Arte Contemporânea avaliou que a reforma de sua sede foi o grande passo dado em sua gestão. E reconheceu que a inserção no circuito mundial é ainda meta a ser alcançada

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), José Teixeira Coelho Netto, apresentou hoje um balanço de sua gestão, que termina em março com a escolha, pelo reitor da universidade, de um novo diretor entre três candidatos votados pelo conselho do museu. Segundo Teixeira Coelho, a principal marca de sua gestão foi a reforma do espaço do museu, reaberto ao público em abril do ano passado. "O trabalho de reforma do MAC não foi apenas arquitetônico, mas também de integração dele com a pesquisa e o ensino", disse o diretor do museu na cerimônia. O vice-reitor da Universidade de São Paulo, Hélio Nogueira da Cruz, declarou os valores que a reforma do MAC consumiu. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) contribuiu com R$ 3 milhões; a Fundação Vitae doou R$ 100 mil; e a própria universidade deu R$ 54 mil para a construção de um novo auditório no museu, que também foi inaugurado hoje e tem 76 lugares. "Usamos bem o dinheiro da USP e da Fapesp", disse Teixeira Coelho. A reforma do MAC equipou a sede do museu na USP com sistemas de segurança, ar condicionado e um gerador de eletricidade. O resultado final é um museu aclimatado, reservas técnicas e laboratórios próprios para tratar o acervo de 8 mil peças e um mobiliário moderno que dispõe de recursos tecnológicos importantes para garantir a segurança das obras, em exposição ou em arquivo. "A eliminação do restaurante na parte de trás do museu permitiu duplicar o tamanho da reserva técnica de pintura e instalar melhor a de escultura", disse o diretor. Teixeira Coelho teve outras duas metas ao dirigir o MAC, que só poderiam ser alcançadas quando o museu estivesse reformado. Aumentar a visibilidade do MAC na sociedade foi um objetivo de seu trabalho, alcançado através de acordos com outras instituições. "Cheguei a ver motoboys e executivos lado a lado vendo exposições do MAC na Fiesp", disse, referindo-se ao acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. A meta mais ambiciosa, porém, Teixeira reconhece que deverá ficar para o próximo diretor: a inserção do MAC no circuito internacional das artes. "A Tate Gallery de Londres veio ao Brasil inspecionar museus e se surpreendeu com o padrão do MAC", disse ele. "Mas nossa inserção deve ser de mão dupla, recebendo de fora mas também enviando as nossas exposições". Além de reformar o espaço do museu, o diretor organizou exposições importantes, como Brasil - Anos 20 a 90, entre 1998 e 99, numa das várias vezes em que organizou de forma diferente o mesmo acervo do museu, e Arte Naïf, o Mundo de Taizi Harada e a Coleção MAC USP, juntando o trabalho do artista japonês com artistas naïf brasileiros. Entre as tarefas já definidas para a próxima gestão do museu, uma deverá tomar grande parte dos esforços: a construção de uma nova sede, na Água Branca. Um terreno já cedido pela Prefeitura ao MAC entre o Memorial da América Latina e o Sesc Pompéia deverá receber o novo museu, previsto para ficar pronto até 2003. Teixeira inaugurou hoje sua penúltima exposição à frente do MAC, 22 e a Idéia do Moderno. Nela, obras dos mais importantes artistas plásticos brasileiros - e alguns europeus - representantes do movimento modernista. A mostra também pode ser vista pela Internet, no endereço do museu: www.mac.usp.br. Em março, ele inaugura Estratégias para Deslumbrar, em que reunirá oito obras, uma de cada artista. Sua justificativa para uma curadoria mínima como a desta próxima exposição talvez explique um pouco de sua forma de gerir o museu: "um museu universitário tem que correr riscos".

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