PUBLICIDADE

Dario Fo ganha título honoris causa em Roma

O Prêmio Nobel de Literatura italiano recebeu a homenagem por ser um dos comediógrafos mais encenados no mundo

Por Agencia Estado
Atualização:

O prêmio Nobel de Literatura, o italiano Dario Fo, recebeu o título de doutor honoris causa em Ciências da Humanidade da Universidade romana La Sapienza, por ser um dos comediógrafos mais encenados no mundo. O diploma lhe foi entregue no 703.º aniversário da fundação da Universidade que ao longo de sua história homenageou desta forma só dois homens do teatro: Luigi Pirandello, também Prêmio Nobel de Literatura, e Eduardo De Filippo. Fo, com o seu humor habitual, afirmou ter esperado por esse diploma mais do que Eduardo: "Ele tinha 79 e eu 80". Vestido com a toga tradicional, Dario Fo divertiu o público ao comentar as últimas eleições, por ele definidas como "uma terrível tragédia de uma grande comicidade" porque "os que inventaram a nova lei eleitoral para vencê-las, as perderam por causa dela". "A nova arma eram os emigrantes italianos, que se pensava fossem todos de direita, quando na verdade são extremistas só que da categoria dos que já não toleravam esse governo e o seu líder, de cujo nome não consigo lembrar", declarou Fo, que estava acompanhado de sua esposa, a atriz Franca Rame, recém-eleita senadora. Risada é alta expressão de inteligência Para o Prêmio Nobel, que desde sempre tem posições de esquerda, "a risada é a mais alta expressão da inteligência humana, como já sabiam os gregos, mas não os romanos, que prendiam os que faziam sátiras, obrigando-os a escrever elogios de seus perseguidores se quisessem voltar a ser livres. (...) Espero que o novo governo de centro-esquerda não aponte o dedo contra seus críticos. (...) Temos que nos dedicar com paixão a conseguir que a política interfira cada vez menos na cultura se quisermos voltar a ser parte do coro de países civilizados". O reitor da Universidade La Sapienza, Renato Guarini, lembrou na motivação de conferir o título de doutor honoris causa em Ciências da Humanidade a Fo, que este "criou uma mordaz visão satírica da problemática da sociedade contemporânea, assumindo a figura do trovador como crítico dos costumes e suportando com freqüência o ostracismo de instituições consagradas".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.