Curta-metragem faz retrato poético de Wesley Duke Lee

Cacilda Teixeira da Costa e Sérgio Zeigler apresentam vídeo sobre o artista

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Por Agencia Estado
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A vida é doce e depressa demais, diz o verso da canção de Lobão numa das cenas do curta-metragem A Última Viagem de Arkadin d´y Saint Amér ou, como diz o subtítulo, Retrato em 3 Atos do Pintor Wesley Duke Lee, vídeo feito a quatro mãos por Cacilda Teixeira da Costa e Sérgio Zeigler, que será exibido de sexta-feira a domingo no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Trata-se de um retrato poético do artista, mais ainda, como afirma Cacilda, "um filme sobre a velhice e o amor". Wesley Duke Lee, o artista irreverente dos happenings da década de 1960 e dos desenhos eróticos, se apresenta como o "realista mágico à sua disposição": Arkadin, no título do vídeo, é um dos vários alter egos que ele utilizou em sua carreira artística, criado a partir da idéia de Arcádia - a referência à cultura clássica sempre foi presente em sua produção/mitologia popular. E a "viagem", como mote do filme, foi sua ida em 2001 à Alemanha para se encontrar com uma de suas musas de tempos anteriores, Sabine. A viagem foi uma comédia ou tragédia? - sugere o poeta Carlos Felipe Saldanha nos versos do poema Theatro Morpheu no início do filme. Sinaliza-se, assim, que o espectador adentrará num "universo de realismo mágico", como diz Cacilda, numa narrativa que não vai se firmar como um documentário, mas como uma obra para tratar de modo sutil da velhice de Wesley (ou de qualquer um), da "decadência, uma coisa maravilhosa, triste, mas que tem uma energia", como define o próprio artista em uma cena do filme. Historiadora especializada na obra de Duke Lee, Cacilda pensou no roteiro desse filme quando o artista lhe contou impactado sobre essa viagem ao encontro de Sabine Berg. "Eu estava num momento de tragédia", diz Wesley, porque a musa de sua série O Thriumpho de Maximiliano I lhe disse já no primeiro dia que ele estava velho. Mesmo assim, os dois passaram um mês juntos na Alemanha numa jornada de carro. Mas, agora, "ela foi afrodite", como ele afirma numa bela passagem do vídeo. Sabine foi "o ideal feminino que ele sempre perseguiu", assim como Lydia Chamis, musa da série Ligas, também presente no filme. Solitário sim, reclamando da falta de memória, o Mestre Arkadin ainda quer criar, ainda quer fazer mágica, quer fazer uma Gigantomaquia a partir das obras clássicas do Museu Pergamon de Berlim. A Última Viagem de Arkadin d´y Saint Amér. MAM. Pq. do Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.º, Portão 3, 5085-1300. Grátis. Exibição hoje, 19 h;amanhã e domingo, 14 h e 16 h

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