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Curador do Masp rebate acusações feitas pelo Ibram

Teixeira Coelho diz que não escreveu artigo para "esculhambar esforços" do governo federal, mas critica falta de participação

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Por Antonio Gonçalves Filho
Atualização:

O curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (Masp), José Teixeira Coelho Netto, em resposta à entrevista do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Ângelo Oswaldo, publicada ontem no Estado, disse que “é espantosa sua ignorância da produção e da organização do Masp nos últimos sete anos”. Oswaldo declarou que “a programação do Masp foi afetada por um curador que é mais professoral do que curatorial”, criando impasses para o museu. “O museu está encalacrado no sentido curatorial, programático”, criticou o presidente do Ibram, órgão do Ministério da Cultura.

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As críticas foram feitas a propósito do projeto curatorial de Teixeira Coelho, que, segundo o presidente do Ibram, teria um peso negativo na situação pela qual passa o Masp, com uma dívida em torno de R$ 10 milhões e impedido de firmar novos contratos para captar recursos junto ao Ministério da Cultura por estar inadimplente. Uma tentativa de estabelecer parcerias com bancos (Itaú e Bradesco) para saldar a dívida foi feita pela diretoria do museu, que formou um novo conselho, agora com 80 membros, em busca de novos rumos para o Masp. Isso deve incluir a participação do consultor financeiro Heitor Martins, ex-presidente da Bienal, no corpo diretivo da instituição.

Sobre sua atuação no Masp, Teixeira Coelho, em resposta ao diretor do Ibram, diz que “um claro programa foi proposto ao museu e aprovado pela diretoria” quando assumiu as funções de coordenador curatorial do museu, plano esse que incluía a formação de um comitê curatorial composto por artistas, colecionadores, curadores e historiadores. “As declarações de Ângelo Oswaldo são um insulto também a esse comitê, cuja existência ele talvez ignore.”

O programa apresentado por Teixeira Coelho, ao assumir a curadoria do Masp há sete anos, incluía a renovação no modo de expor a coleção do museu e a abertura das galerias à arte contemporânea brasileira e internacional. Criticado pelo presidente do Ibram de não ter contribuído para superar os problemas do Masp, Teixeira Coelho lembrou que, ao assumir a curadoria do museu, em 2006, seu público era pouco mais de 300 mil visitantes por ano, crescendo seis anos depois para 850 mil, resultado, segundo o curador, de suas “proposições” para gerar recursos econômicos. “Pode ser que o Masp não tenha um plano museológico no formato que agora o Ibram quer exigir sem dizer como isso influirá positivamente na vida econômica de museus que não pertencem ao Ibram”, concluiu.

Negando ter escrito artigo no Estado “esculhambando os esforços” do governo federal para ajudar o Masp, como o acusou Ângelo Oswaldo, o curador diz que sempre apontou a falta do governo federal, como estadual, na manutenção do museu. 

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