PUBLICIDADE

Cuba comemora publicidade feita por documentário de Michael Moore

'Sicko' mostra o sistema gratuito de saúde do país com o objetivo de criticar os EUA

Por Anthony Boadle
Atualização:

O novo documentário de Michael Moore, Sicko, representa a maior publicidade para o sistema gratuito de saúde em Cuba desde a revolução de 1959, disse na segunda-feira, 16, um médico cubano que serviu de anfitrião ao cineasta. Moore levou em março a Cuba, para realizar tratamento gratuito, oito norte-americanos que adoeceram depois de se voluntariarem para os trabalhos de resgate nos atentados de 11 de setembro de 2001. O objetivo do diretor era provar que um país pobre como Cuba é mais eficiente que os Estados Unidos no atendimento médico à população. A tese do polêmico filme, que estreou em junho nos EUA, é de que o sistema norte-americano é voltado para o lucro e deixa milhões de cidadãos desprotegidos. "Michael Moore despertou mais interesse por nosso sistema de saúde do que os mais de 40 anos em que estamos fornecendo saúde à nossa gente", disse à Reuters o médico Jaime Davis, que ofereceu exames e tratamento grátis ao grupo levado por Moore. Durante dez dias na ilha, os pacientes norte-americanos foram tratados contra problemas respiratórios contraídos pela respiração de poeira nas ruínas do World Trade Center. Alguns também receberam tratamento de problemas dentários e digestivos, segundo Davis. O próprio Moore teve sua pressão arterial medida. Parando em uma farmácia, um membro do grupo comprou um refil do seu inalador por um peso cubano (menos de 3 centavos de real), um valor fortemente subsidiado. "Dê mil para mim", brincou Moore para o atendente, contando que o mesmo medicamento nos EUA custaria 50 dólares, segundo Davis. Esse cirurgião, atualmente no departamento de assuntos internacionais do Ministério da Saúde, disse que o grupo de Moore deixou o país com "a saúde melhorada", mas não entrou em detalhes. A educação e a saúde, sempre gratuitas e de acesso universal, são consideradas as maiores conquistas do sistema socialista construído pelo dirigente Fidel Castro. Os hospitais cubanos estão deteriorados e mal iluminados, e muitas vezes carecem de equipamentos e remédios. Mesmo assim, o sistema de saúde consegue resultados equivalentes aos de países ricos. A mortalidade de crianças com menos de cinco anos é de apenas 7 por mil nascidos vivos em Cuba, resultado melhor que os 8 por mil dos EUA, segundo a Organização Mundial da Saúde. "Moore está mostrando a realidade do sistema cubano de saúde, e essa é uma mensagem muito positiva para nós", disse Davis. (Por Anthony Boadle)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.