17 de abril de 2010 | 00h00
Por São Paulo a arte de Cruz-Diez já passou várias vezes - a última foi em 2007, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, que o representa desde os anos 80. Ele teve ainda várias passagens pela bienal (em 67, ganhou o prêmio internacional de pintura).
Foi antes, na década de 50, que o artista de Caracas começou a trabalhar com desenho gráfico. Em Paris, cidade para a qual se mudou em 1956, foi influenciado pelo trabalho do conterrâneo Jesús Soto e do alemão Josef Albers, e deixou para trás as telas em que pintava cenas de sua vida na Venezuela.
Ao Rio foram trazidos 25 exemplares produzidos nos últimos três anos. Nos paineis das séries de fisiocromias, cromografias e cromo-interferências, a disposição de finas tiras de plástico sobre as telas pintadas com listras coloridas paralelas causa um efeito interessante conforme o observador se desloca. Em outros casos, a adição de uma cor modifica drasticamente a percepção das outras. Tudo depende do ângulo em que se está. A questão "não é olhar, e sim ver" - é o que Cruz-Diez apregoa. O vermelho e o azul se justapõem ao verde e ao amarelo, e, num passo à frente, tudo muda.
"A interação com as pessoas é fundamental para a obra, elas é que inventam o que veem", explica Gabriel Cruz, neto do artista, de 28 anos que trabalha em seu ateliê. Cruz-Diez está no MoMA de Nova York; na Tate Gallery, em Londres; no Pompidou, em Paris. À Galeria de Arte Ipanema, veio para marcar os 45 anos de existência do espaço - é das mais antigas galerias em funcionamento no País. A exposição fica em cartaz até 15 de junho, na Rua Aníbal de Mendonça 27, perto da praia de Ipanema. A curadoria é de Cristina Burlamaqui.
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