Crise financeira não estragará Halloween dos norte-americanos

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Por PATRICIA REANEY
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As bolsas do mundo todo despencam, o preço dos imóveis cai vertiginosamente e as taxas de desemprego elevam-se, mas os norte-americanos não pretendem deixar que a atual crise financeira estrague sua festa no Dia das Bruxas. Cerca de três quartos dos moradores dos EUA pretendem celebrar o feriado dos fantasmas e gnomos. E, não obstante a retração do crédito, a maior parte deles recorrerá a suas economias para comprar doces, fantasias e peças de decoração. O norte-americano médio gastará 47 dólares no Halloween, 18 por cento a mais do que no ano passado, afirmou a empresa de cartões de crédito Visa Inc, com base em pesquisas realizadas com consumidores. Não obstante as pesquisas terem sido feitas na metade do ano, o desastre financeiro de outubro não deve limitar os gastos com o feriado. "Acho que as pessoas vão continuar gastando com o Halloween", afirmou Jason Alderman, diretor de educação financeira na Visa Inc. "Esse é um dos feriados nos quais as pessoas divertem-se muito com uma quantidade relativamente pequena de dinheiro. Este é um período de dificuldades, no qual muitas pessoas estão preocupadas e uma sombra paira sobre as famílias. E essa é uma forma relativamente barata de tentar esquecer os problemas", acrescentou. O Fundo Nacional de Vendas a Varejo (NRF, na sigla em inglês) calcula que o gasto médio será ainda maior, de 66,54 dólares. A entidade prevê que o feriado girará cerca de 5,7 bilhões de dólares. Os números baseiam-se na pesquisa BIGresearch que realizou com 8.167 consumidores, em setembro. "O principal é que o Dia das Bruxas, de uma forma em geral, é um feriado relativamente barato e os consumidores estão dispostos a se divertir, deixando de lado o que ocorre atualmente", afirmou Kathy Grannis, porta-voz do NRF. NÃO SOMENTE PARA CRIANÇAS Apesar de esse ser um feriado voltado às crianças, os adultos jovens, com idades de 18 a 24 anos, devem ser o grupo a gastar mais -- 86,95 dólares por pessoa. "Esse é um momento importante para os adultos jovens que desejam sair de casa e participar das festas a fantasia, ocorram elas em suas faculdades ou em um bar das redondezas", disse Grannis. Os festejos do Dia das Bruxas começaram a ser realizados milhares de anos atrás, em rituais celtas. Mas o primeiro feriado municipal do Halloween nos EUA teria ocorrido por volta de 1920, em Anoka (Minnesota), que hoje se descreve como a Capital Mundial do Halloween. A Associação da Casa Mal-Assombrada (HHA, na sigla em inglês), que representa cerca de 200 casas desse tipo, também prevê um ano bom -- cerca de 18 por cento dos norte-americanos devem visitar esses locais (2 por cento a mais do que no ano passado). "O que acontece de fato em momentos de dificuldade é que as pessoas ficam ávidas por divertimento", afirmou Ben Armstrong, membro fundador da HHA e co-proprietário da Netherworld Haunted House, em Atlanta. "As pessoas não querem percorrer grandes distâncias. Elas querem se divertir perto de suas casas e é isso o que as casas mal-assombradas propiciam." A pesquisa do NRF mostra que mais de 70 por cento dos norte-americanos distribuirão doces, que quase 50 por cento deles providenciarão cabeças de abóbora, que 35 por cento usarão fantasias, que um terço organizará uma festa ou comparecerá a uma festa e que 33 por cento levarão seus filhos para pedir doces pela vizinhança. As fantasias de bruxa, vampiro e gato devem ser as mais populares entre as crianças, os adultos -- e os animais de estimação. Mas a roupa do Batman deve ser a mais requisitada de todas para os três grupos, e isso devido ao filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas". A eleição presidencial de 4 de novembro também promete deixar sua marca. Cerca de 574 mil adultos pretendem fantasiar-se como alguma figura do cenário político, revelou o NRF. A candidata do Partido Republicano à Vice-Presidência do país, Sarah Palin, seria a mais popular dentre essas figuras. Ela aparece no topo da lista das máscaras de políticos mais procuradas no Yahoo, logo à frente dos candidatos à Presidência Barack Obama e John McCain. (Reportagem de Patricia Reaney)

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