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Corpo de Jorge Amado é cremado

Por Agencia Estado
Atualização:

O corpo do escritor Jorge Amado foi cremado hoje à tarde, no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Amanhã, as cinzas serão entregues à família e, conforme seu desejo, depositadas no pé da mangueira que o escritor plantou na casa do Rio Vermelho, onde residia com a mulher Zélia Gattai. A reabertura da Fundação Casa de Jorge Amado na manhã de hoje, após ter permanecido ontem fechada, em respeito ao falecimento do escritor, levou dezenas de turistas ao local, ajudando os funcionários a substituir o clima de tristeza pela saudade do mentor. Turistas argentinas que conheciam a obra de Amado, como Consolacion Blanco, aproveitaram a manhã chuvosa de Salvador para conhecer o acervo de fotos sobre o escritor, exposto no salão de entrada da fundação e comprar edições em português de livros de Amado. "Eu entendo o português muito bem e é sempre bom ler as histórias contada por esse grande escritor brasileiro, orgulho do seu País", disse. A maranhense Cilene Freitas, também de visita à capital baiana, comprou um exemplar de Dona Flor e Seus Dois Maridos para ser seu companheiro de viagem. Os terreiros de candomblé também estão de luto com a morte de Jorge Amado. No Ilê Axé Opô Afonjá, comandado por Mãe Stella de Oxóssi, grande amiga da família do escritor, haverá um ritual de axexê, despedida fúnebre onde se cultua os eguns (espiritos desencarnados), em homenagem a Amado. Ele era obá de Xangô, um título honorário, concedido aos amigos da casa por consentimento das divindades africanas. Jorge Amado, que se dizia ateu, tornou-se com o título um tipo de ministro de Xangô, o orixá da Justiça. Seus amigos contam que ele cultuava Oxóssi e fazia obrigações, conhecidas no candomblé como ebós.

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