Cordas que deveriam nortear uma geração

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Por Julio Maria
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Violão de sete cordas, violão de seis, pandeiro. As cordas mais graves de Swami Jr. (foto) entram sem bater na porta, cheias de gás. Acordam a casa toda e convidam para uma espécie de passeio que parece sem destino. Marco Pereira segura o outro violão, Amoy Ribas faz o ritmo. Quando o fôlego já parece nas últimas, alguém entrega o jogo. Aquela maravilha é Saudade da Bahia, de Dorival Caymmi. Swami é uma alma a servir de norte. Com influência dos chorões e uma capacidade de levar as melodias em um baixo robusto sem deixar sua música esfriar, soa tudo, menos poeira. Abraço, tema com Chico Pinheiro, tem uma linha grave de funk, mas é pop, dançante, que logo deságua em uma segunda parte de bossa nova. Cabeleira do Zezé, só com o violão de sete, é talvez sua maior "viagem". Com aquela bobagem melódica de "olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é", Swami prova que não existe essa história de bobagem melódica. Basta ter alma.

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