Consumo de alto luxo cresce no mundo e no Brasil

A FAAP até criou um curso de gestão do luxo com alunos como Roberto Stern, presidente da joalheria H. Stern e Cristiana Tammer, gerente de importados da boutique Daslu

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cresce o número de consumidores em todo o mundo de produtos de alto luxo. Na mesma medida, crescem os setores da economia, como a indústria têxtil, cosmética, perfumaria, jóias, bebidas, hotelaria e tantos outros que atendem ?o mercado do luxo?. De acordo com Aurora Pimentel, especialista em Imagem Corporativa da Universidad San Pablo de Madri, mais de 25 milhões de lares norte-americanos, que têm entradas anuais superiores a US$ 75 mil, estão puxando o setor. O Brasil também entra na onda, como segundo mercado com maior potencial de crescimento para artigos de luxo, perdendo apenas para a Ásia. O crescimento desse mercado, que movimenta US$ 1,5 bilhão ao ano, baseia-se na motivação de ?realizar sonhos e investir numa sofisticada imagem pessoal?, diz Carlos Ferreirinha, ex-diretor-geral da Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), em recente evento na Câmara Americana de Comércio em São Paulo. A especialista de Madri analisa que ?há mais mulheres ganhando dinheiro, há mais pessoas solteiras por mais tempo, tem-se menos filhos, e os consumidores são mais cosmopolitas, sofisticados e emocionais?. De acordo com a consultora de moda brasileira, Glória Kalil, ?o consumo de artigos de luxo pela altas camadas da sociedade eleva o bom gosto das mais baixas, que seriam alavancadas pelo estímulo desta elite que, de certa forma, exerce liderança social?. Em 2003, as vendas da Cartier cresceram 40%, as da Mont Blanc, 32%. Aliás, São Paulo abriga quatro lojas da marca, sendo a cidade com maior número delas no mundo. Segundo a empresa, uma quinta será montada com investimentos de US$ 1,5 milhão. A Louis Vuitton faturou mundialmente US$ 4 bilhões. Seu controlador, o maior grupo internacional de produtos de luxo, a LVMH, que também controla a Moët Chandon, Guerlain, Givanchy, Lacroix e Tag Heuer, vem crescendo desde 1989. Apenas em 1999, começou a disputar o mercado com o Grupo Pinault Printemps Le Redoute (PPR), detentor da Gucci, que mais tarde, em 2000, também adquiriu a Yves Sain-Laurent Rive Gauche. A Companhia Financière Richemont, dona das marcas Cartier, Van Cleef & Arpels, Piaget, Jaeger-LeCoultre, IWC, Vacheron Constantin, Baume & Mercier, A. Lange & Söhne, Officine Panerai, Dunhill, Lancel e Montblanc, se une a esses dois grupos neste cenário e, juntos, faturam mais de US$ 10 bilhões anuais. O primeiro MBA brasileiro do luxo - Outro referencial do crescimento da indústria do luxo, está no desenvolvimento dos profissionais do setor. A Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) de São Paulo, que tem se destacado pela criatividade de seus cursos, tomou mais uma vez a dianteira do processo e criou Master Business Administration (MBA) de gestão do luxo. Com investimentos de R$ 1.800,00 mensais, 25 alunos, selecionados entre 265 inscritos, durante dois anos, assistirão todos os sábados às aulas no hotel Sofitel, com especialistas do luxo, como o próprio mentor do MBA, o empresário Carlos Ferreirinha, ex-diretor-geral da Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), atual diretor de vendas da Abit, que está trazendo a marca britânica Burberry para o Brasil. De acordo com Silvio Passarelli, diretor da faculdade Faap de Artes Plásticas, para ingressar no curso os candidatos devem ter formação universitária, fluência em inglês e francês, e o mínimo de seis anos de experiência profissional em cargos de comando. Entre os 25 novos alunos, estão o empresário Roberto Stern, presidente da joalheria H. Stern e Cristiana Tammer, gerente de importados da boutique Daslu. O corpo acadêmico reúne donos e executivos de empresas, e consultores de moda, como Glória Kalil e Costanza Pascolatto. O MBA de luxo da Faap é o primeiro curso com este perfil realizado nas Américas e igual a ele só há um outro em Paris, ministrado pela Essec.

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