Conheça repertório orquestral de Jobim

O projeto Jobim Sinfônico prevê a gravação de 14 obras do compositor, que foram pesquisadas no Instituto Antonio Carlos Jobim, onde estão muitas partituras originais

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Por Agencia Estado
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O projeto Jobim Sinfônico prevê a gravação de 14 obras do compositor, que foram pesquisadas no Instituto Antonio Carlos Jobim, onde estão muitas partituras originais, manuscritas por Tom Jobim, Claus Ogerman, Nelson Riddle e Eumir Deodato. Na maior parte dos casos, a partir delas é que foram feitas as adaptações e ampliações para grande orquestra sinfônica. Há duas obras inéditas. A primeira delas é um prelúdio, escrito em 1956, descoberto por acaso por Mario Adnet, quando entrevistava o pianista Evandro Ribeiro Rosa, que foi colega de Tom Jobim nas aulas com d. Lúcia Branco. Os dois eram amigos e Jobim deu de presente a ele a peça, que ficou guardada até hoje. A outra é Lenda, que foi encomendada ao compositor, então com 28 anos, por Radamés Gnatalli, para ser tocada na Rádio Nacional, mas nunca foi gravada. Brasília, Sinfonia da Alvorada será a primeira obra do programa. Ela foi composta por encomenda de Bené Nunes, a pedido de Juscelino Kubitschek, para ser tocada na inauguração de Brasília e já foi gravada uma vez, nos anos 60. Na seqüencia, está o poema sinfônico Saudades do Brasil. As partituras originais de Bangzália, da década de 80, já se perderam, mas Adnet está usando a gravação feita para a minissérie O Tempo e o Vento para reconstituí-la. Imagina - peça na qual costuma-se apontar influências de Liszt e Chopin - é uma valsa composta por Jobim aos 18 anos, que será gravada com arranjo inédito de Mario Adnet para o piano de Marcos Nimrichter. Orfeu da Conceição, de 1956, é formada pela Overture (que cita a valsa Eurídice de Vinicius de Moraes), um tema principal - Lamento - e as incidentais Macumba e Dama Negra e Se Todos Fossem Iguais a Você. Casa Assassinada - trilha composta em 1973 para o filme de mesmo nome de Paulo César Saraceni - é um exemplo claro da ampliação a que Mario Adnet refere-se com relação à orquestração. Gravados pela primeira vez no disco Matita Perê, seus quatro movimentos contavam com uma sessão de cordas composta por 12 violinos e 5 violoncelos. Nesta versão, serão 26 os violinos, além de 8 violoncelos, 8 violas e 5 contrabaixos. O pianista Benjamin Taubkin também participa da execução da peça. A canção Matita Perê - que tem letras de Tom Jobim e de Paulo César Pinheiro - também será regravada, com a participação de Milton Nascimento. Ainda deste mesmo álbum, o projeto inclui também Tempo do Mar, tema composto para o documentário homônimo de Pedro de Moraes. Maúcha Adnet, que integrou a Banda Nova de Tom Jobim, vai cantar A Felicidade (1959), tema do filme Orfeu Negro de Marcel Camus, em uma versão arranjada por Nelson Riddle. Modinha ganha nova interpretação, de Muiza Adnet e Paulo Jobim, com arranjos de Claus Ogerman. Uma das mais célebres canções de todos os tempos, Garota de Ipanema, será registrada em arranjo instrumental de Eumir Deodato. Chovendo na Roseira, de 1971, é, para muitos, uma nítida homenagem a Villa-Lobos e Debussy, citando obras desses compositores - Seresta nº 9 e Reverie, respectivamente. Aqui, juntam-se à orquestra os flautistas Teco Cardoso, Léa Freire e Paulo Guimarães, além do clarinetista Nailor Proveta, líder da Banda Mantiqueira.

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