O ator-fetiche de Werner Herzog clama pela morte em vários poemas: "A morte só aparece uma vez por semana/ e te destrata/ ah! se vocês soubessem como é difícil estar enforcado e não poder morrer!". Leia abaixo três de seus poemas: Despedida Eu me aprumo - bem ereto - como as árvores fazem, quando sabem que é tempo de morrer - eu preciso cair fora daqui!! Febre É assim que eu imagino o além dos mortos: Fenol, gelo e fezes As pessoas sequer ficam com febre Quando se embriagam da própria urina Eu tenho a febre do mundo inteiro nos olhos -- E assim como um jato de pus da sífilis a febre preta morde-se nua e moribunda no bago inchado e branco do meu coração Humildade E ele ia por suas ruas e observava os pássaros, quando eles voavam e riam - e compreendeu o vôo deles E aprendeu a se impor como eles - e o seu caminho tornou-se leve E viu o cachorro e o gato, e os cavalos, que carregavam peso - e sentiu a lealdade que eles ofereciam, e a humildade também, e soube que eles eram de Deus - e quando escutou os movimentos de suas almas, em cada passo e em cada estação, viu que eles suportavam e não queriam falar, então, olhou-se e quis ser como eles - e suportou e não falou nada. E quando viu as flores, como elas eram tão dignas no seu abandono, e como elas esbanjavam o que possuíam, sem pensar, o que a morte faz com as pétalas - e viviam assim, dando-se por inteiras - então ele quis ser tão simples quanto elas - e enfeitar-se com o sol e ir para lá, oferecer-se como esplendor - e quando viu os homens ao seu redor, na maior miséria, e o nascimento da criança e a resistência do longo tempo, ficou abalado com a grande coragem e ânsia de esperança deles, deu-se conta do destino sem fim do mundo, inclinou-se profundamente e quis suportar com eles E quando percebeu o tornar-se e o morrer dos anos, onde tudo se encontrava, apresentou-se para a harmonia e, quando compreendeu tudo, então entregou-se e suplicou, seguindo o exemplo deles, que ficasse assim e que os outros compreendessem, e que os olhos não vertessem tudo aquilo para olhar - ele sabia que nada lhe pertencia, nada e que tudo aquilo que tinha deveria passar adiante, e precisava se esforçar para aprender de novo e poder passar adiante Kinski "o homem de quem se trata" Napoleão Kinski-movimento Menino-prodígio Menino-terrível Gênio Mais louco Homem mau Impostor Vagabundo Criança Patológico Divino Bonito Feio Anjo Diabo Intocável Apodrecido "sem iguais na sua geração"