A 8.ª Festa Literária Internacional de Paraty anuncia a programação de todas as mesas de debates do evento de 2010.
4/8 quarta
19h abertura
Casa-grande e Senzala: um livro perene
Fernando Henrique Cardoso
debatedor: Luiz Felipe de Alencastro
Na mesa que abre a Flip 2010, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, autor do prefácio da edição mais recente de Casa-grande & Senzala e um dos principais intérpretes de Gilberto Freyre no Brasil, fala sobre as contradições que estão na origem dessa obra seminal do pensamento brasileiro. A seu lado, o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores conhecedores da escravidão no Brasil, comenta a palestra com ênfase na figura do negro, tal como abordada no clássico de Freyre.
21h30
Show de abertura
Edu Lobo
Renata Rosa
Com Marcelo Jeneci e Quarteto de cordas da Academia da Osesp
direção artística: Arthur Nestrovski
5/8 quinta
10h mesa 1
Ao correr da pena
Edson Nery da Fonseca
Berthold Zilly
Moacyr Scliar
Ricardo Benzaquen
Mediação: Ángel Gurría-Quintana
"A escrita é meu veículo. Vaidosamente ou não, considero-me um escritor literário, com uma forma literária de expressão", declarou Freyre certa vez. Parte significativa da crítica concorda: há consenso de que não há pensador social no Brasil que seja páreo para Freyre no quesito qualidade da escrita. Para analisar esse aspecto decisivo de sua obra, o ficcionista Scliar, o crítico literário Edson Nery, o tradutor Zilly e o historiador Benzaquen se juntam em Paraty.
12h mesa 2
De frente pro crime
Patrícia Melo
Lionel Shriver
Lionel Shriver correu o mundo com seu Precisamos falar sobre o Kevin, romance de investigação psicológica sobre uma família que tenta compreender as motivações de um filho genocida. Na prosa contemporânea brasileira, Patrícia Melo é reconhecida pelo domínio do gênero, que deve pautar a conversa das duas em Paraty.
15h mesa 3
Fábulas contemporâneas
Reinaldo Moraes
Ronaldo Correia de Brito
Beatriz Bracher
Mediação: Cristiane Costa
Moraes fala do universo underground paulistano e da rotina de abusos, drogas e álcool de personagens desregrados. Brito cria um sertão mítico com ecos de parábolas bíblicas. Bia brinca com o idioma e escreve contos intimistas. O que aproxima três vozes tão distintas? O fato de figurarem entre as mais densas e originais da literatura brasileira.
17h15 mesa 4
Veias abertas
Isabel Allende
Mediação: Humberto Werneck
Isabel Allende é um sucesso estrondoso de público. Desde A casa dos espíritos, de 1982, foram mais de 56 milhões de livros vendidos em trinta idiomas. Ao lado de Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e Carlos Fuentes, é um dos nomes mais bem-sucedidos da literatura latino-americana e um ícone do "realismo mágico", que tanto marcou a prosa criada no continente desde os anos 1970. É sobre essa trajetória singular que ela conversa com o jornalista e veterano da Flip Humberto Werneck.
19h30 mesa 5
O livro: capítulo 1
Peter Burke
Robert Darnton
Mediação: Lilia Schwarcz
"O segundo livro publicado na imprensa de Gutenberg era sobre a morte do mercado editorial", diz uma piada corrente no meio literário. Na primeira das duas mesas dedicadas ao destino do livro este ano em Paraty, dois dos mais respeitados historiadores da atualidade, mostram como essa discussão remonta aos primórdios da era moderna e está longe de se resumir a Ipads, Kindles e outras novidades tecnológicas.
6/8 sexta
10h mesa 6
O livro: capítulo 2
Robert Darnton
John Makinson
Mediação: Cristiane Costa
O historiador Robert Darnton estuda a fundo o futuro do livro. Diretor da biblioteca de Harvard, ele acompanhou as negociações com o Google para a digitalização do acervo da universidade e registrou numa série de artigos recém-lançados em livro no Brasil. John Makinson é o CEO da editora Penguin e está na vanguarda do processo de transformação por que passa o mercado editorial em todo o mundo.
12h mesa 7
Além da Casa-grande
Alberto Costa e Silva
Maria Lúcia Pallares-Burke
Ângela Alonso
Mediação: Lilia Schwarcz
A obra de Gilberto Freyre costuma ser lembrada apenas por Casa-grande & Senzala e Sobrados e Mucambos. A proposta desta mesa vai além de seus livros mais famosos. Nordeste será o tema do africanista Alberto Costa e Silva. A historiadora Maria Lúcia Pallares-Burke fala sobre Ingleses no Brasil. E a socióloga Ângela Alonso discorre sobre Ordem e Progresso.
15h mesa 8
Chá pós-colonial
William Boyd
Pauline Melville
Mediação: Ángel Gurría-Quintana
Tanto William Boyd como Pauline Melville são associados a um tipo de literatura que se convencionou chamar "pós-colonial". O rótulo é vasto vale para autores que examinam, por meio da ficção, o destino de países que foram colônias num passado próximo o suficiente para que as cicatrizes da exploração ainda se façam notar. É o caso dos dois.
17h15 mesa 9
Promessas de um velho mundo
A.B. Yehoshua
Azar Nafisi
Mediação: Moacyr Scliar
Yehoshua é um dos grandes nomes da prosa de Israel, ao lado de Amós Oz e David Grossman. Como os colegas, é voz ativa no debate sobre o processo de paz no Oriente Médio. Azar Nafisi é o grande nome da literatura iraniana, país cujo regime teocrático critica de forma feroz em seu trabalho.
19h30 mesa 10
Em nome do filho
Salman Rushdie
A obra mais recente de Salman Rushdie, Luka e o Fogo da Vida, terá lançamento mundial durante a Flip. Mas a conversa não se restringe ao assunto do livro, uma fábula para jovens da mesma linhagem de seu celebrado Haroun e o Mar de histórias (1998). A ocasião também serve para Rushdie falar de sua condição de autor-síntese da literatura multicultural e de sua visão sobre temas políticos contemporâneos, dos quais se tornou parte ao se ver condenado à morte pelo regime iraniano, em 1989.
7/8sábado
10h mesa 11
Andar com fé
Terry Eagleton
Além de um dos mais influentes críticos literários em atividade, o britânico Terry Eagleton é autor de um livro recente que polemiza com Richard Dawkins, convidado da Flip de 2009. Eagleton argumenta que o ateísmo pregado por cientistas como Dawkins se baseia numa concepção simplista e equivocada de religião. A obra gerou grande polêmica, e é sobre ela que Eagleton fala em Paraty.
12h mesa 12
Albany, Nova York e outras aldeias
Colum McCann
William Kennedy
Mediação: Ángel Gurría-Quintana
O irlandês Colum McCann ganhou o National Book Award por seu último livro, um painel da comunidade imigrante irlandesa em Nova York nos anos 1970. Nos sete livros de seu "ciclo de Albany", o americano William Kennedy faz da pequena cidade um microcosmo da sociedade norte-americana. Nos dois casos, a cidade se apresenta como personagem central e suscita a questão que deve nortear a conversa dos dois em Paraty: falar da própria aldeia é de fato o caminho mais curto para ser universal?
15h mesa 13
Tabacaria
Antonio Tabucchi
Mediação: Samuel Titan Jr.
Antonio Tabucchi é mais que um dos principais nomes da literatura italiana. É também um grande conhecedor da obra de Fernando Pessoa, que figura como personagem em boa parte de seus livros. A essas duas facetas soma-se a de intelectual público: Tabucchi é perseguido pelo governo italiano por ter cobrado explicações do presidente do Senado, apoiador de Silvio Berlusconi, sobre suas relações com grupos mafiosos.
17h15 mesa 14
A origem do universo
Robert Crumb
Gilbert Shelton
Mediação: Angeli
O mais influente artista de quadrinhos de todos os tempos e ícone da contracultura passa em revista sua carreira, com destaque para o último trabalho: uma versão em quadrinhos do Gênesis. A seu lado, o não menos carismático Gilbert Shelton, que forma com ele a dupla perfeita para falar da história dos quadrinhos contemporâneos e do underground americano.
19h30 mesa 15
O som e o sentido
Lou Reed
Mediação: Arthur Dapieve
Lou Reed já se definiu, não sem autoironia, como o "Dostoievski do rock". Membro de uma linhagem de compositores populares da América do Norte fortemente influenciados pela literatura, tais como Leonard Cohen e Bob Dylan, Reed fala nessa entrevista sobre os limites entre arte e contestação, letra e poesia, alta cultura e rock'n'roll.
8/8 domingo
9h30
mesa Zé Kléber
11h45 mesa 16
Gilberto Freyre e o século 21
José de Souza Martins
Peter Burke
Hermano Vianna
Na mesa que encerra a homenagem a Gilberto Freyre, três de seus maiores intérpretes analisam a atualidade da obra do sociólogo. Herdeiro da tradição uspiana, José de Souza Martins explica por que Freyre tornou-se um clássico incontornável. Um dos maiores praticantes da história das mentalidades no mundo, Burke analisa o pioneirismo de Freyre nesse segmento. E o antropólogo Hermano Vianna discute a questão da miscigenação e da identidade nacional na obra do autor pernambucano.
14h30 mesa 17
Cartas, diários e outras subversões
Wendy Guerra
Carola Saavedra
Mediação: João Paulo Cuenca
A cubana Wendy Guerra faz dos diários uma ferramenta ficcional importante para dar conta de sua experiência e das contradições que marcam a história política de seu país. Carola Saavedra valeu-se de cartas para compor alguns de seus livros. A diferença é que Carola escreve numa democracia onde a liberdade de expressão é respeitada; os livros de Wendy estão proibidos de circular pela ditadura cubana.
16h30 mesa 18
Nacional, estrangeiro
Benjamin Moser
Berthold Zilly
Tanto para o americano Benjamin Moser, biógrafo de Clarice Lispector, como para o tradutor alemão Berthold Zilly, o Brasil é uma referência decisiva. Ambos se aproximaram da cultura brasileira de forma casual, mas se transformaram em grandes intérpretes da literatura produzida no Brasil. A visão desses dois autores é uma síntese do papel ambíguo ocupado pela literatura brasileira no exterior, tema dessa conversa de que participam em Paraty.
18h15 mesa 19
Livro de cabeceira
Convidados da Flip
lêem trechos de seus
livros prediletos
Convidados
Abraham B. Yehoshua
Israel, 1936
Alberto da Costa e Silva
Brasil, 1931
Angela Alonso
Brasil, 1969
Antonio Tabucchi
Itália, 1943
Azar Nafisi
Irã / Estados Unidos, 1946
Beatriz Bracher
Brasil, 1961
Benjamin Moser
Estados Unidos, 1976
Berthold Zilly
Alemanha,1945
Carola Saavedra
Chile,1973
Colum McCann
Irlanda, 1965
Edson Nery da Fonseca
Brasil, 1921
Fernando Henrique Cardoso
Brasil,1931
Gilbert Shelton
Estados Unidos, 1940
Hermano Vianna
Brasil, 1960
Isabel Allende
Peru, 1942
John Makinson
Inglaterra, 1955
José de Souza Martins
Brasil, 1938
Lionel Shriver
Brasil, 1957
Lou Reed
Estados Unidos , 1942
Luiz Felipe de Alencastro
Brasil, 1946
Maria Lucia P. Burke
Brasil, 1946
Moacyr Scliar
Brasil, 1937
Patrícia Melo
Brasil, 1962
Pauline Melville
Guiana / Inglaterra, 1948
Peter Burke
Londres, 1937
Reinaldo Moraes
Brasil, 1950
Ricardo Benzaquen
Brasil, 1952
Robert Crumb
Estados Unidos, 1943
Robert Darnton
Estados Unidos, 1939
Ronaldo Correia de Brito
Brasil, 1950
Salman Rushdie
Índia / Inglaterra, 1947
Terry Eagleton
Inglaterra, 1943
Wendy Guerra
Cuba, 1970
William Boyd
Gana / Inglaterra, 1952
William Kennedy
Estados Unidos, 1928