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Companhia Cisne Negro celebra 30 anos de 'O Quebra-Nozes' em São Paulo

Apresentações do balé de Marius Petipa e Lev Ivanov são tradicionais em São Paulo

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Por Redação
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Pelo mundo todo, a associação entre dezembro e dança tem um mesmo resultado: o balé O Quebra-Nozes, com música de Tchaikovsky, coreografia de Marius Petipa e Lev Ivanov, que estreou em São Petersburgo em 17 de dezembro de 1892, no Teatro Maryinsky, na então Rússia Imperial. As companhias de repertório, grandes ou pequenas, famosas e nem tanto, de cidades grandes ou não, o encenam anualmente, mas em São Paulo, essa tradição se mantém de forma bastante original: foi assumida pelo Cisne Negro, uma companhia que não se dedica a esse tipo de dança.

 

 

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A temporada, que vai até o dia 22, no Teatro Alfa, e reúne mais de 120 artistas. Neste ano, a data é ainda mais especial, pois o Cisne Negro está celebrando 30 anos dessa sua iniciativa de manter, na cidade de São Paulo, uma tradição europeia que nela não existia.

Como de hábito, a companhia paulistana convida estrelas internacionais de balé para os primeiros papéis. Desta vez, serão três: Rolando Sarabia, do Roma Opera Ballet, que dividirá a temporada com Márcia Jaqueline, primeira-bailarina do Theatro Municipal do Rio (até segunda-feira) e Nadia Musyca, primeira-bailarina do Teatro Colón, de Buenos Aires (de 17 a 22/12).

Aliás, o Rio terá, pelo menos, dois. Sua companhia oficial, o Ballet do Theatro Municipal, dançará 14 vezes O Quebra-Nozes, na versão que Dalal Achcar iniciou em 1974 e que, desde 1981, é lá reencenada, juntando os 71 bailarinos da companhia com 52 alunos da Escola de Dança Maria Olenewa, mais os 89 músicos da sua Orquestra Sinfônica e os 44 membros do Coro. E também a Companhia Brasileira de Ballet, dirigida por Jorge Teixeira, mostrará a sua versão no Teatro Bradesco, na Barra da Tijuca. Esta companhia, ligada à história do balé no Brasil, foi criada pelo industrial Paulo Ferraz, em 1967, marido da bailarina Regina Ferraz e, depois de um longo período de inatividade, foi retomada, em 2001, por Jorge Teixeira, que assina essa produção.

Dadas as suas características, essa obra se presta a ser encenada como experiência didática na formação em balé e, não à toa, tantas escolas, pelo mundo afora, também a montam nessa época. A Escola de Dança do Teatro Guaíra, em Curitiba, e o projeto Dança inPrudente, no interior do Estado, comandado por Helga Urel, com 162 alunos, são dois entre os muitos exemplos do que está acontecendo pelo Brasil nesse momento.

Para o Cisne Negro, trata-se de um presente que a cia dá para o público de São Paulo, desde dezembro de 1982. Diferenciando-se do Rio, cidade com uma história mais atada à institucionalização do balé, em São Paulo as três décadas investidas pelo Cisne Negro nessa produção atendem à formação dos alunos de sua escola, mas em relação ao refinamento dos bailarinos da sua companhia, a contribuição não é tão clara, uma vez que se trata de conhecimento bastante específico, distante do trabalho que desenvolvem profissionalmente. Em 2013, a diretora de ensaios é Dany Bittencourt e, dentre os professores que preparam o enorme elenco, se destacam Toshie Kobayashi e Boris Storojkov.

A popularidade de O Quebra-Nozes não cessa de crescer, desde a primeira vez em que foi dançada fora da Rússia, em 1934, no Sadler’s Wells, em Londres. Para entender o seu sucesso nessa época do ano, vale lembrar que sua história acontece justamente no Natal, em Nuremberg, no início do seculo 19. A menina Clara ganha um quebra-nozes no formato de um soldadinho de presente do padrinho e um de seus irmãos quebra o brinquedo. O padrinho conserta o soldadinho e, quando Clara vai dormir, sonha com um mundo mágico.

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Quem não conseguir acompanhar a 30.ª temporada do Cisne Negro, poderá ver O Quebra-Nozes com o Royal Ballet, de Londres, no Cinemark, nos dias 1.º, 2, 4 e 6 de fevereiro, tendo Laura Morera no papel de Fada Açucarada e Federico Bonelli como príncipe, dançando a versão de Peter Wright.

O QUEBRA-NOZESTeatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, 5693-4000. 2ª a 5ª, 21 h; 6ª, 21h30; sáb., 18 h e 21 h; dom., 16 h e 19 h. R$ 60 a R$ 100. Até 22/12

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