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Como ser um pequeno explorador do seu próprio mundo sem sair de casa

Em tempos de isolamento por causa do coronavírus, explorar a casa pode ser divertido e enriquecedor para as crianças; veja ainda dicas de desenhos para crianças curiosas

Foto do author Maria Fernanda Rodrigues
Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Como você vê o mundo? Qual é o seu jeito de observar e perceber as coisas? Essas duas perguntas foram feitas pelo Estadinho aos seus leitores mirins na edição do dia 20 de abril de 2013. A reportagem de capa do suplemento infantil do Estado trazia, naquele dia, dicas sobre como se tornar um explorador.

A ideia era que as crianças separassem um tempo para perceber o mundo de um jeito diferente. Olhar as paisagens, ouvir as pessoas, ver as cores, achar objetos perdidos que contassem histórias, dizia o texto. Explorar o mundo por conta própria e guardar tudo o que achasse de especial. Poderia se um bilhete, um amigo, um momento.

O kit do pequeno explorador é formado por caderninho, lápis, lupa, pinça, recipientes transparentes, binóculo e outros objetos simples Foto: Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

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A sugestão da reportagem foi para que as crianças guardassem aquele suplemento pela vida toda porque quando viramos adultos temos mania de esquecer as coisas – inclusive de olhar para o mundo com curiosidade. “Adulto acha que já viu tudo, que conhece tudo”, dizia o texto. E criança vê tudo como se fosse a primeira vez, questiona, duvida e tem coragem de explorar o mundo.

A realidade neste momento é muito diferente daquela de 7 anos atrás, quando qualquer coisa servia como ponto de partida para uma investigação – o caminho para a escola, o pátio do colégio, a casa, o quarteirão, o bairro. Agora, isolados para evitar o aumento de casos de coronavírus, temos a casa. E quanta coisa dentro dela para ser observada!

O kit básico do explorador é fácil de ser montado: mochila (hoje, apenas para ajudar a montar o personagem e a manter o espaço organizado), lápis e caderninho de anotação, pinça, lápis de cor, luva, lupa, saco plástico, fita adesiva, recipiente transparente, estojo, envelope, gravador e máquina fotográfica (o telefone celular pode substituir esses dois últimos itens). Em momento de isolamento, um binóculo é bem-vindo.

Uma das formas de explorar um ambiente é colecionar coisas que encontramos pelo caminho, depois classificar, catalogar, reunir em grupos e fichar. No fim, essas coisas todas juntas formam o nosso modo de ver o mundo, uma espécie de museu móvel. Para quem não sabe o que procurar, algumas dicas: comece pelas coisas redondas e continue por coisas que refletem a luz, coisas pegajosas, insetos mortos, coisas absurdas, recortes, tocos de lápis, objetos que lembram um rosto. As opções são quase infinitas.

Outra dica: sentar num ambiente e anotar as coisas que está vendo e que nunca tinha reparado que estavam lá. A terceira dica sugeria que a criança fosse a um lugar público, como uma praça, e por 15 minutos observasse o movimento e anotasse o que via. Uma janela, hoje, faz as vezes. O movimento da rua é pequeno, mas até isso serve como tema de estudo, investigação, comparação e conversa. A quarta dica é fotografar objetos que não damos importância, como uma torneira ou o trinco da porta.

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Em 2013, Estadinho publicou o manual do explorador Foto: Acervo Estadão

A lista segue. Feche os olhos e escute os barulhos. Como eles são? Descreva. Quantas vezes eles se repetem? Faça uma lista de todos os pensamentos estranhos que tiver. Peça para alguém colocar itens variados num saco escuro. Com o tato, tente adivinhar. Procure coisas com qualidades mágicas e invente poderes para elas. Busque lugares inusitados que possam ser bons esconderijos. Fotografe e descreva. Crie histórias com objetos inanimados e tente imaginar o que eles fazem quando você vira as costas. Anote também. Conheça melhor a sua família. Converse, procure descobrir fatos da vida dos pais, dos avós. E, para isso, a reportagem traz o depoimento das próprias autoras, Aryane Carraro e Natália Mazzoni, sobre como ser um bom perguntador.

Uma última dica para os novos exploradores em quarentena é investigar o próprio mundo interior. Como é viver esse momento em que o mundo está tentando combater um inimigo invisível? O que você está sentindo? O que mudou na sua vida e como imagina que será o mundo quando tudo voltar ao normal? Escreva, desenhe. Registre tudo. Comece um diário.

Desenhos para crianças curiosas

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A reportagem do Estadinho, voltada para crianças grandes, indicava um filme para os leitores: Tão Forte e Tão Perto. Triste, ele conta a história de Oskar, que costumava fazer expedições pela cidade com o pai – ele criava pistas e o garoto tentava desvendar. Mas o pai morre e um dia Oskar encontra uma chave que ele acredita ser um recado, e sai em busca de respostas.

Pensando nas crianças menores – que podem, sim, começar a brincar de ser explorador, mas que não vão aproveitar ainda todas as dicas acima –, selecionamos alguns desenhos exibidos na televisão e disponíveis em streaming. Charlie, O Entrevistador de Coisas, no Discovery Kids, que reproduz um programa de entrevistas onde os convidados são ovos, guarda-chuvas e por aí vai, e Diário de Pilar, na Net Geo Kids, são as novidades mais recentes. 

Os episódios que se passam nos Andes foram inspirados em 'Diário de Pilar em Machu Picchu', publicado em 2014 Foto: Nat Geo Kids

  • Diário de Pilar

Baseado em série de livros de Flávia Lins e Silva, ‘Diário de Pilar’ é sobre uma garota que encontra respostas às suas dúvidas nos mitos (Net Geo Kids)

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  • Show da Luna

Em ‘O Show da Luna’, a menina segue o método científico: formula questões, levanta hipóteses e realiza experimentos ao lado de Júpiter e Claudio (Discovery Kids)

  • Doki

 

Doki e seus amigos viajam em expedições para descobrir segredos, curiosidades e mistérios da natureza e das mais diferentes culturas em ‘Doki’

  • Super Wings

‘Super Wings’ tem como protagonista Jet, um avião-herói que entrega encomendas no mundo todo e conta coisas sobre esses lugares

  • Ollie e Moon pelo Mundo

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Eles são dois gatos que adoram viajar pelo mundo. Enquanto se divertem, eles procuram encontrar soluções para os mais variados problemas e aprendem a reconhecer a diversidade do nosso planeta.

  • Charlie, O Entrevistador de Coisas

Charlie é o carneiro  apresentador do talk show em que ele entrevista ovos, panquecas, bolas, massinha, guarda-chuva e muitas outras coisas.

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