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Ser artista e ser ativo nas redes sociais, hoje em dia, é um exercício diário de paciência e tolerância. Tanto pelo Twitter como pelo Face, Instagram ou qualquer outra dessas plataformas, eu leio todo o tipo de comentário. Desde: “Me engravida, Fábio!” até “Você é um lixo humano”. Tem aqueles que amam e aqueles que te abominam. 

Por Fábio Porchat
Atualização:

Eu acho bastante interessante e acompanho de perto o que falam. A dificuldade é não se abalar, não responder e não se influenciar por tudo aquilo que foi dito. Pro bem e pro mal. Eu gosto de ler a opinião do mais inteligente dos seguidores ao mais boçal. Acho importante entendermos como as pessoas pensam. Mesmo as que não pensam.

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Não gosto de só ouvir elogios, não me interessa seguir apenas aqueles que concordam comigo em tudo. É fundamental saber como o “inimigo” pensa, até pra você se defender melhor. Até porque ambos podem ter razão. O desafio é se manter firme, pois, muitas vezes, o dedo coça para retrucar alguma imbecilidade proferida, alguma falsa acusação. Não pode. E, muitas vezes, os fãs e os haters se resolvem ali mesmo entre eles.

Chico Buarque quando entrou no Twitter, saiu semanas depois. Ele disse que nunca imaginou que era tão odiado. Antes das redes sociais, os artistas só recebiam o carinho dos fãs. Claro, de um modo geral, você tende a ir falar para seu ídolo como você o adora e não como ele, de vez em quando, faz coisas péssimas. Na internet não, na internet todo mundo tem voz e todo mundo pode dizer o que bem entender. Ainda bem. Porém, contudo, todavia... A internet liberta o fascista dentro de muitos, liberta o preconceituoso, o homofóbico, o raivoso, o idiota e quer saber? Isso é ótimo. Porque esse débil ficaria guardando só pra ele isso e nunca saberíamos. É melhor que ele se mostre para o mundo.

Eu quero saber quem votaria no Bolsonaro para escolher melhor as minhas amizades. E, quem sabe, a pessoa, percebendo a repercussão e ouvindo os outros, não mude sua opinião? Por ainda ser recente (sim, 20 anos é sim uma coisa recente), as pessoas ainda não sabem muito bem como utilizar essa ferramenta tão poderosa que é a net. Acredito que em dez anos as coisas estarão diferentes.

Ainda vão existir os babacas, claro, mas saberemos melhor como nos defender. A lei se aplicará mais rápido aos agressores virtuais. O frisson da novidade terá passado e os usuários serão, em sua maioria, aqueles já nascidos nesse mundo totalmente conectado. Mas, enquanto isso, me divirto e me consumo por dentro lendo os comentários, tentando analisá-los e para, olha aí, extrair dos mais insignificantes alguma significância.

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