22 de outubro de 2010 | 09h04
"Com a atual visibilidade do mundo gay, o riso já não é o mesmo - agora, a peça conta uma linda história de amor de duas pessoas que decidiram viver juntas o resto da vida", conta Falabella, que vive Georges, proprietário do cabaré A Gaiola das Loucas, um dos orgulhos de St. Tropez e cuja principal vedete é a transformista Zazá (Vilela), a mais famosa da Riviera. ''Desmontada'', ela se transforma em Albin, com quem Georges mantém uma duradoura relação.
Assista um trecho:
Com eles vive Jean Michel (Davi Guilherme), fruto de uma aventura de Georges quando jovem. Apesar de aceitar tranquilamente o relacionamento dos ''pais'', o rapaz enfrenta um problema: é apaixonado por Anne (Carla Martelli), cujo pai, Édouard Dindon (Mauricio Moço), é presidente do Partido da Família, Tradição e Moralidade que, como plano de governo durante as eleições, promete varrer os homossexuais da Riviera se for eleito. Assim, para evitar a ameaça ao casamento, Georges, Albin e todos os trabalhadores do cabaré fingem ter uma masculinidade nos gestos, durante a visita dos pais da moça.
"Como não precisamos respeitar integralmente o original, eu fiz, na minha versão, algumas adaptações para aproximar a história do contexto brasileiro", conta Falabella. "Claro que a trama continua ambientada em St. Tropez, mas o clima de cabaré traz algo do teatro de revista também." Para isso, além do elenco principal, que conta com 9 atores, há 16 vedetes que apresentam números de sapateado. No total, são mais de 40 trocas de cenários e figurinos, compostos por 300 peças de roupa e 100 perucas. Entre as canções, figuram hits como I''m What I''m, que se tornou sucesso na voz de Gloria Gaynor e foi traduzida como Eu Sou o Que Sou.
A partitura musical, aliás, foi detalhadamente trabalhada. "Tão logo o Miguel me convidou para o papel - a ideia da montagem surgiu durante as gravações do seriado Toma Lá, Dá Cá, que fizemos na Globo -, comecei a estudar as músicas, que exigem muito", conta Diogo Vilela, também atarefado com outra missão singela, porém fundamental: aprender a andar de salto. "Passei um ano nesses estudos e, quando os ensaios começaram, eu já estava com todas as canções decoradas - e andava muito bem com todos os sapatos." A primeira montagem brasileira da peça foi em 1974, com Jorge Dória e Carvalhinho nos papéis principais. Além da Broadway, "A Gaiola das Loucas" inspirou quatro versões para o cinema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A Gaiola das Loucas - Teatro Bradesco (Rua Turiaçu, 2.100). Tel. (011) 3670-4100. 5ª e sáb., 21h; 6ª, 21h30; dom., 19h. R$ 20/R$ 170. Até 19/12. Estreia amanhã.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.