Começa hoje Festival de Artes Cênicas de Santos-SP

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Por AE
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O Mirada abre nesta quarta-feira a sua segunda edição. Lançado em 2010, o Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos foi criado pelo Sesc com a intenção de estabelecer pontes. Uma tentativa de aproximar o teatro nacional dos seus vizinhos latinos. Mas não só de enxergar os vínculos culturais que possa ter com suas matrizes europeias: Espanha e Portugal. Bienal, o evento mantém neste ano a tônica de sua origem. Continua a prática de homenagear a produção de um país: em 2010 foi a Argentina, neste ano é o México. Mas vai além em suas ambições. Coloca os nomes consagrados em segundo plano e lança-se em terras desconhecidas, a prospectar o que há de novo nos palcos do continente e de além-mar. "Na primeira edição buscamos as companhias que fossem mais representativas de seus países, que tivessem mais tradição", explica Sidnei Martins, um dos programadores do Sesc. Para o festival de 2012, ele conta, o tempo de maturação foi maior, o que culminou com uma seleção mais ambiciosa. "Como se trata de um evento bienal tivemos bastante tempo para pesquisar. E tínhamos prerrogativa de não trabalhar só com os grupos já reconhecidos, mas também com artistas jovens, que estão despontando. Mesmo dentro dos seus próprios países." Encaixa-se nesse modelo, por exemplo, o coletivo colombiano La Maldita Vanidad. O grupo, que começa a despontar em Bogotá, aparece na grade com a trilogia "Sobre Alguns Assuntos de Família". O programa reúne as peças "O Autor Intelectual", "Os Autores Materiais" e "Como Quer Que Te Queira". "Eles não estão há muito tempo na estrada e somente agora começam a ter repercussão", observa Martins. Como país homenageado, o México detém a parcela mais alentada da programação. "Na primeira vez trabalhamos com a Argentina, um país com o qual temos uma relação muito próxima. Agora, queríamos trazer uma produção que fosse desconhecida para nós", afirma Martins. O resultado são sete espetáculos de perfis estéticos e filiações históricas completamente diversos. De acordo com o curador, "toda a programação tentou evitar os estereótipos que pudéssemos ter dos países, essa parte da folclorização da cultura. A intenção era não abraçar as ideias preconcebidas que pudéssemos ter sobre o teatro desses lugares".Há criações de feições mais tradicionais: a Companhia Nacional de Teatro existe desde 1977. É subvencionada pelo Estado mexicano e tem como missão a manutenção de um repertório. No Mirada, encena "Uma Vez Mais, Por Favor", texto do canadense Michel Tremblay que tematiza a relação de um filho com sua mãe. Na corrente oposta está "Amarillo", do grupo Teatro Línea de Sombra. A montagem direciona o foco para uma questão amplamente debatida pelos mexicanos: o sonho de imigrar para os Estados Unidos. Mas consegue aproximar-se da velha ferida evadindo-se do tratamento usual. Traça um inventário mais emocional do que documental dessa diáspora contemporânea. Ultrapassa os limites do teatro. Vale-se de uma infinidade de linguagens artísticas para acercar-se do tema. Escrita pelo dramaturgo Gabriel Contreas e dirigida por Jorge A. Vargas, "Amarillo" surge como uma instalação cênica, combinação de dança, videoarte, música, jornalismo.Nesse segundo Mirada as novidades extrapolam a programação. Outra diretriz é a expansão do evento: que terá desdobramentos nas cidades vizinhas, como São Vicente e Bertioga. O Sesc também passa a oferecer transporte gratuito até Santos para quem comprar ingresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.MIRADA - FESTIVAL IBERO-AMERICANO DE ARTES CÊNICAS DE SANTOSDe 5 a 15/9. Programação: sescsp.org.br/mirada

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