Começa, em Veneza, a 10.ª Bienal de Arquitetura

Foram escolhidas como laboratórios de estudo 16 cidades espalhadas pelo mundo; São Paulo abre o pavilhão montado no Arsenale, em Veneza

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Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes de mais de 50 países estão reunidos em Veneza para a 10.ª Bienal de Arquitetura, o principal evento sobre arquitetura e urbanismo do mundo para discutir, ao longo dos próximos dois meses, o futuro das grandes cidades. O curador da mostra, o inglês Richard Burdett, decidiu usar 16 grandes cidades espalhadas pelo mundo como laboratórios de estudo. Atualmente, 75% da população mundial se concentra nas grandes metrópoles na Ásia, África e América do Sul. A ideia é trocar experiências urbanas e redefinir o papel da arquitetura no futuro. Poluição ambiental, trânsito caótico, integração social e urbanização selvagem são alguns dos problemas que precisam de soluções urgentes nessas grandes cidades. A globalização da arquitetura mundial, que torna cada vez mais parecidos lugares distantes, é uma das primeiras conclusões dos especialistas reunidos na Itália. O fenômeno, segundo Guido Martinotti, professor de sociologia da Universidade de Milano Bicocca "pode levar a uma pasteurização das grandes cidades". São Paulo São Paulo abre o pavilhão montado no Arsenale, em Veneza. Depois, há mostras dedicadas a Caracas, Bogotá, Cidade do México, Los Angeles, Nova York, Londres, Milão-Turim, Istambul, Mumbai, Xangai, Tóquio, Cairo, Barcelona e Johannesburgo. ´São Paulo é um dínamo do Novo Mundo?´ pergunta a bienal diante das estatísticas de crescimento da capital industrial e econômica do Brasil como os altos índices de criminalidade (52 crimes por 100 mil pessoas) e do trânsito (com mil novos carros todos os dias nas ruas). "São Paulo me apresentou modelos interessantes de novas escolas públicas dentro das favelas, um ambiente difícil. Eles conseguiram, com seus projetos, a redução da criminalidade nas vizinhanças. Isso revela o poder fantástico de transformação social que tem a arquitetura", disse Richard Burdett para a BBC Brasil. Se, por um lado, a presença de novas escolas inseridas em áreas violentas pode ser um modelo exportado por São Paulo, a cidade tem muitos desafios pela frente como investir no sistema de transporte, disse Burdett. "Para melhorar a qualidade de vida dos paulistas é preciso melhorar o transporte público, adotar o que já existe em Curitiba, em Bogotá e em Londres, por exemplo. Não se deve depender completamente do uso do carro", afirmou o curador, lamentando a ausência do prefeito de São Paulo, José Serra, no evento. Para os especialistas, São Paulo é apenas um espelho e reflete os acertos e os erros das principais cidades do mundo. Falta de espaço A Alemanha apresentou idéias para resolver o problema da falta de espaço para as moradias e a criação de novas áreas de lazer. O projeto "Cidade Conversível" propõe o uso de novas tecnologias para o aproveitamento de espaços obsoletos como o teto de prédios e vãos livres embaixo de instituições públicas. Os projetos alemães vão além e propõem, por exemplo, a "ocupação" da orla dos rios com decks e estruturas que criem novos pontos de concentração urbana, eliminem os guetos e favoreçam a integração social. Mas os olhos do planeta estão voltados para a China com seus 1,3 bilhões de habitantes e com um previsão de mais 400 milhões de pessoas nos próximos 20 anos. Em meio a um boom na construção civil, especialistas em arquitetura e urbanismo de todo o mundo tentam evitar que os chineses cometam os mesmos erros das metrópoles ocidentais. Um projeto da Dinamarca, em colaboração com urbanistas de Chongqing, um dos maiores municipios do país, prevê a construção de condomínios auto-sustentáveis e em harmonia com a natureza. include $DOCUMENT_ROOT."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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