Começa a maratona de arte eletrônica do Videobrasil

Festival de Arte Eletrônica chega à 15.ª edição e apresenta, durante 3 semanas, 130 trabalhos, com a performance como tema Visite o site oficial do festival

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Por Agencia Estado
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O Videobrasil - Festival de Arte Eletrônica chega à sua 15.ª edição e mais uma vez tem como foco trazer à tona a videoarte produzida em países localizados fora do circuito estabelecido. "A América Latina já tem uma produção de mais de 20 anos, o Leste Europeu também, há tempos, mas em outros lugares o vídeo está aparecendo agora, ainda é frágil", contextualiza Solange Oliveira Farkas, organizadora e curadora do evento. Ela cita a "África quase toda, o Caribe ilhado", mas há muitos outros lugares - no festival passado, por exemplo, o foco era a produção do Oriente Médio, em especial, a do Líbano. Mais uma vez são as obras da "zonas de silêncio" que ganharão merecida visibilidade na maratona de três semanas, com direito à exibição de 130 trabalhos das mais distintas localidades. A mostra competitiva foi desmembrada em três eixos, um para cada semana - Estado da Arte, de hoje a domingo, com obras de artistas já conhecidos); Investigações Contemporâneas (dos dias 13 a 18, com foco nas pesquisas recentes); e Novos Vetores (entre os dias 20 e 25, com trabalhos de jovens criadores). O júri será formado por Marcos Moraes, da Faap; a escritora queniana Yvonne Adhiambo Owuor, a artista plástica mexicana Ximena Cuevas e o ensaísta argentino-israelense Sergio Edelsztein. Além disso, o 15.º Videobrasil não se limitará a destacar localidades: seu tema principal é a performance. "Há uma retomada da performance na cena artística contemporânea e uma proximidade entre ela e o vídeo. Um potencializa o outro", diz Solange. Se inicialmente o vídeo servia apenas como meio de registrar a ação performática de um artista, hoje em dia a mídia é usada como parte da obra. O Videobrasil apresentará amanhã, quinta e domingo, às 17 horas, no auditório do Sesc Pompéia, uma condensada retrospectiva da iugoslava Marina Abramovic com obras realizadas entre 1975 e 1980. Ao vivo, o que se poderá ver ligado à iugoslava é a performance da indonésia Melati Suryodarmo, aluna de Marina que apresentará ao público, na quinta-feira, seu trabalho sobre o autocontrole. O festival ainda será palco de mais oito performances - e tudo será filmado, transmitido e transformado em edição. Hoje, na abertura do Videobrasil, o grupo Frente 3 de Fevereiro apresentará o trabalho Futebol, sobre a questão do racismo. Ainda participarão, ao longo das três semanas, o grupo Chelpa Ferro (formado por Luiz Zerbini, Barrão e Sérgio Mekler, um dos representantes brasileiros na Bienal de Veneza e, como diz Solange Farkas, o Chelpa "nasceu" no festival); o artista Marco Paulo Rolla; a dupla Angela Datenico e Rafael Lain; Ingrid Mwangi; o grupo Feitoamãos; e Eder Santos. Ocorrerão, também, debates e encontros com artistas. A grande bandeira do festival é sempre ser "uma vitrine da produção do Sul", como defende Solange Farkas, que criou o Videobrasil em 1983 - e desde 1992 patrocinado pelo Sesc São Paulo. "Temos de proteger essa produção, meio virgem, para que chegue ao desgastado circuito do Norte e para também promover a circulação Sul-Sul", diz a curadora. 15.° Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil - Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700. As atividades ocorrem de 3.ª a dom., nos seguintes horários: 10h às 21h (exposições, encontros, debates, mostras de vídeo, livraria e bar); a partir de 21h (performances); e 22h (VJ Nights). Grátis. Até 25/9. Abertura hoje, 21h, para convidados.

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