Com Bidú Sayão, uma viagem a outras épocas

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Por João Luiz Sampaio
Atualização:

Em parceria com o braço de clássicos da Sony, o Metropolitan Opera de Nova York criou um selo para lançar gravações históricas de seu acervo. E, no primeiro lote de lançamentos, está a soprano brasileira Bidú Sayão (foto), em um dos papéis que fizeram sua fama nos EUA, Julieta, na ópera que Gounod escreveu a partir da peça de Shakespeare. Bidú foi estrela do teatro nos anos 40, dominando boa parte do repertório. Nesta gravação, de fevereiro de 1947, apresenta-se ao lado do tenor Jussi Björling. Ambos estão impecáveis, com destaque para os agudos límpidos e, mais importante, a musicalidade, que leva a atuações espontâneas, naturais. E isso para não falar da química entre os dois, da maneira como as vozes se combinam nos duetos, em um lirismo de arrepiar. Emil Cooper comanda a orquestra do MET - regência eficaz, que constrói com delicadeza os momentos mais especiais da partitura. Gravação para qualquer apaixonado por ópera ter em casa, símbolo de uma outra época - e lembrança da genialidade da nossa Bidú.

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