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Colégio Santa Cruz abre teatro em SP

Um presente do Colégio Santa Cruz que comemora 50 anos no mês que vem, inaugurando a casa, com 500 lugares, na qual investiu cerca de US$ 1,5 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A cidade de São Paulo vai ganhar um belíssimo edifício teatral no Alto de Pinheiros. Um presente do Colégio Santa Cruz que comemora 50 anos no mês que vem, inaugurando a casa na qual investiu cerca de US$ 1,5 milhões. "Reservamos recursos desde 1994, quando começamos a planejar sua construção", afirma o diretor da escola, Luís Eduardo Cerqueira Magalhães. O Teatro Colégio Santa Cruz será apresentado à classe teatral no dia 3 de setembro num coquetel que terá também performances teatrais, música e o lançamento do livro Teatros do Brasil, de J. C. Serroni, e uma exposição fotográfica com imagens externas e internas de alguns dos mais importantes teatros do País. No dia 13 de setembro, um show do cantor João Bosco inaugura o teatro para o público. Os solos Quadrante, com Paulo Autran, e Encontros com Fernanda, com Fernanda Montenegro, e um recital do pianista Gilberto Tinetti completam a programação inicial. E em 28 de setembro estréia a peça infanto-juvenil Miranda, de Vladimir Capella, que segue em temporada até o fim do ano. Basta uma visita ao espaço, já em fase de acabamento, para se perceber a envergadura do investimento. Antes de mais nada, o projeto arquitetônico tem a assinatura de J. C. Serroni, Edson Elito e Gustavo Lanfranchi e foi vencedor do prêmio máximo medalha de ouro, na Quadrienal de Praga/1999, num pacote que incluía mais quatro projetos, entre eles, o Teatro Oficina. A primeira coisa que chama atenção, na chegada ao Teatro do Colégio Santa Cruz, é o ambiente em que está situado. O colégio ocupa uma área de 50 mil metros quadrados, muito arborizada, na qual o colégio mantém apenas 13,5 mil metros quadrados de área construída. Um campo de futebol foi transferido para dar lugar ao prédio de tijolos aparentes, que ocupa uma área total de 2,3 mil metros quadrados. O campo de futebol passou a ser vizinho do teatro, o que aumenta a sensação de amplitude para quem está no hall ou utiliza o elevador externo, de paredes em vidro transparente. Toda a área fora da sala de espetáculos - saguão, bar e área de exposição - tem estruturas vazadas, imensas paredes transparentes e pés-direitos altíssimos, permitindo o aproveitamento da luz natural e constante ventilação. "O saguão vai ganhar ainda um tratamento cenográfico", diz Serroni. Antes de entrar no espaço de representação, Serroni mostra o aproveitamento de uma espécie de "vão" anexo ao hall de entrada, onde foi construída uma salinha, ideal para peças de câmara. "Vai ficar bom", comemora o parceiro Edson Elito. "O interessante é notar que é um espaço que se modifica, é flexível", completa Elito. Com paredes de tijolos aparentes, pé-direito alto, o teatro propriamente dito é mesmo um espaço versátil. Só uma parte das cadeiras, no fundo da platéia, é fixa. O espaço cênico pode assim ganhar diferentes formas: arena completa, semi-arena, passarela, palco italiano ou elisabetano. Toda a parte frontal da platéia é móvel, assim como as laterais, que podem também virar palco que pode chegar a 20 metros de boca de cena em sua total utilização. Mas o melhor é que também pode-se obter um espaço aconchegante para peças intimistas. A altura do teatro é de 13 metros. No fundo do palco, há um porta que dá diretamente para o exterior de 6 metros de altura por 6 de largura. Para se ter idéia, um caminhão baú pode entrar por essa porta. E o sistema de fechamento é do tipo guilhotina, ou seja, nenhuma produção terá dor de cabeça para entrar no palco com grandes cenários. "Claro que dificilmente uma produção precisará entrar com algo tão grande, mas essa porta pode ser usada também cenograficamente", diz Elito. "O Vladimir Capela já pensa numa utilização desse tipo em Miranda" antecipa Serroni. O Teatro Colégio Santa Cruz tem 500 lugares. "Mas eles podem chegar a 1 mil, dependendo da forma como o espaço é utilizado", diz Serroni. Tem quatro camarins para 25 artistas. Outro detalhe interessante é uma espécie de fosso, no proscênio. Coberto e com cadeiras, transforma-se em platéia. Sem elas, em palco. Mas seu piso é feito de módulos, que podem ser abertos em pequenas partes, possibilitando infinitas formas de utilização cênica. Múltiplo nas suas possibilidades, o espaço não depende de mecanização para ser modificado, abrindo brechas para a criatividade. Na inauguração do Teatro Colégio Santa Cruz, o público verá ainda uma exposição de artes plásticas de alunos da pré-escola ao colegial, comemorativa dos 50 anos de fundação do colégio, além de fotos e um pouco da história da instituição. Envolvendo a exposição, uma grande instalação em forma de banners com a lista de nomes de ´todos´ os alunos que já passaram pelo Santa Cruz. Entre os muito conhecidos, o de Chico Buarque. "Queríamos muito que ele inaugurasse o teatro e planejamos até um jogo de futebol. Mas Chico está recolhido em Paris, escrevendo um livro. Tivemos de adiar esse projeto", comenta o diretor Luís Eduardo. E uma última informação, bastante importante numa cidade como São Paulo: o teatro oferece estacionamento para 300 carros, no pátio interno da instituição.

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