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Coleção põe anarquismo no bolso dos jovens

Textos clássicos de Bakunin, Malatesta e Kropotkin, e outros, de gerações mais recentes, circulam em livros lançados pela editora Imaginário

Por Agencia Estado
Atualização:

No Brasil, o pensamento anarquista alimenta-se agora de uma coleção de livros de bolso, publicada pela editora Imaginário (tel. 0--11 3864-2964). Seu 15º número, realismo e Anarquismo deve ser lançado em março, traz textos publicados pelo jornal semanal anarquista Le Libertaire, da Federação Anarquista francesa, incluindo artistas como André Breton e Jean Schuster. Também já está na fase de revisão Escritos contra Marx, de Bakunin, em torno das disputas entre o anarquista e o comunista Karl no período da 1ª Internacional, que culminou na expulsão do militante anarquista da organização. "Foi no negro espelho do anarquismo que o surrealismo se reconheceu pela primeira vez, bem antes de se definir a si mesmo e quando era apenas associação livre entre indivíduos, rejeitando espontaneamente e em bloco as opressões sociais e morais de seu tempo", escreveu Breton, em artigo publicado inicialmente em 11 de janeiro de 1952. Ele (que mantivera relações anteriormente com o Partido Comunista e com o dissidente soviético Leon Trotski) e mais 17 artistas e escritores assinam uma "declaração prévia", em 12 de outubro de 1951, em que os dois movimentos selam uma espécie de associação. Passam a produzir uma série de "bilhetes surrealistas" para o periódico, sobre vários assuntos, mas sobretudo os de natureza artística. Os surrealistas, como grupo, colaboraram por 15 meses com o jornal. Mesmo após o rompimento formal, alguns membros do movimento artístico seguiram colaborando e até mesmo militando de modo independente entre os anarquistas. "Essa coleção tem um papel fundamental na difusão de idéias libertárias", afirma Plínio Augusto Coêlho, editor desses pequenos livros de capa vermelha e, normalmente, menos de 100 páginas, vendidos a R$ 10, boa parte traduzida por ele mesmo (Coêlho, também um militante anarquista, trabalha praticamente sozinho, numa casa no Sumarezinho, zona oeste de São Paulo). Sua coleção de bolso conta com o apoio do Núcleo de Sociabilidade Libertária do Programa de Estaudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP e do grupo anarquista Soma. A editora também publica a revista Libertárias, voltada para as discussões teóricas do movimento anarquista. Leia Mais

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