Cohen fecha temporada com ode a Beethoven

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Por JOÃO MARCOS COELHO
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Beethoven é o compositor predominante nos três concertos, entre hoje e sábado, na Sala São Paulo. Amanhã, a Sinfônica de Heliópolis e Isaac Karabtchevsky encerram a temporada 2012 com a sua Nona Sinfonia, obra recorrente nos concertos de fim de ano; mas hoje e sábado o público pode conferir a Fantasia opus 80, uma "antecipação" da Nona, que Beethoven compôs 14 anos antes, em 1809, com a Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, solistas vocais, o pianista convidado Arnaldo Cohen e coral, comandados pelo regente e diretor artístico Claudio Cruz (o tema da Ode à Alegria, do quarto movimento da Nona, está prefigurado na Fantasia).

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Coincidências à parte, é preciso saudar a formidável temporada de Cruz à frente da orquestra jovem estadual. Fundada em 1979 por John Neschling, só agora assume contornos adequados, depois de décadas burocráticas. Cruz, de 45 anos, é excepcional violinista e está numa ascensão vertiginosa como regente, com dezenas de concertos marcados em 2013 na Europa e no Japão.

Ele praticamente a reinventou: "Aumentamos de 60 para 90 o número de músicos, concentramos os ensaios em duas semanas, ampliamos a bolsa de R$ 400 para R$ 1.000." Foram 12 programas diferentes e a primeira turnê europeia (Alemanha). "Voltaremos lá em 2013", diz Cruz, que deu condições para os músicos entre 13 e 26 anos enfrentarem repertórios mais complexos.

Os desafios são ambiciosos: "Queremos trazer um regente de ponta experiente no trato com orquestra jovem, como Benjamin Zender, de Boston. E em termos de repertório, quero fazer a quarta ou a sexta sinfonias de Mahler".

No concerto de hoje, que inclui a Rhapsody in Blue de Gershwin e o Bolero de Ravel, um dos músicos vai receber uma bolsa de R$ 60 mil para aperfeiçoamento no exterior.

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