
27 de julho de 2010 | 00h00
Sem os orçamentos dos grandes festivais, o Circo aproveita a vinda dos músicos internacionais ao Brasil, sua boa estrutura e a localização a poucos metros dos Arcos da Lapa para criar a própria escalação dos sonhos. Do Natura About Us, os produtores contrataram a dupla francesa Air; do Starts With You (SWU), negociam a vinda da cantora Regina Spektor; e, do Planeta Terra, acertam detalhes para apresentar Phoenix e Passion Pit.
"O Rio é um lugar com que todo mundo tem empatia, mas que não tem um público numeroso como o de São Paulo. O público do Rio é, em geral, um terço do público paulista para a mesma banda", avalia o responsável pela programação internacional da casa, Alexandre Rossi.
Para contornar a baixa média de público, o tamanho reduzido do Circo Voador e o preço mais baixo dos ingressos passaram a ser usados como trunfos. Nos últimos quatro anos, a casa que ajudou a consagrar Lobão, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho nos anos 80 passou a investir na ampliação de seu nicho.
A empreitada começou com a apresentação incendiária dos escoceses do Franz Ferdinand, em fevereiro de 2006. Os ingressos se esgotaram em menos de um dia e a exaltação do público assustou até o vocalista Alex Kapranos, que chegava a ser atropelado pelo coro dos fãs. "O show chamou muita atenção e, depois disso, todas as outras bandas e produtores que vinham ao Brasil começaram a reparar na casa", conta Rossi. Desde então, outros shows entraram para a história do Circo, como os de Justice (setembro de 2008), Bloc Party (novembro de 2008), Little Joy (fevereiro de 2009) e Nouvelle Vague (abril de 2010).
Sem área vip ou espaços cercados para a imprensa, o formato da casa permite que o público fique praticamente debruçado sobre o palco, a centímetros dos artistas. "A disposição do Circo é muito boa para quem toca. Quando se está no palco, parece que os fãs vão nos engolir", compara.
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