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Cinqüentona, "Playboy" festeja a boa forma

Há meio século, Marilyn Monroe inaugurava a dinastia de coelhinhas da revista, que chegou para mudar o comportamento sexual nos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Esqueça a pílula e o preservativo. Foi uma revista a responsável por mudar os costumes e o comportamento sexual dos EUA há meio século. Como disse Hugh Hefner - fundador e dono da Playboy -, na festa de 50 anos da revista no último dia 5: "As três grandes invenções da civilização foram o fogo, a roda e a Playboy. Ninguém fazia sexo antes da Playboy. Nós o inventamos." Exagero? Não. Playboy surgiu no momento em que os EUA estavam sofrendo uma revolução sexual. As garotas que apareciam pela primeira vez em uma revista masculina em cores não eram prostitutas. Pelo contrário. Hefner queria meninas de família, de classe média, que aparecessem conversando com os amigos, lavando a louça da cozinha e, claro, em cenas de nudez erótica. Se em meados de 1953, Hefner, como ele mesmo confessou mais tarde, soubesse como funcionava o mercado editorial americano, não teria tido coragem de empenhar os móveis de seu apartamento, levantar um empréstimo bancário de US$ 8 mil e lançar o primeiro número da revista em dezembro, com tiragem de 70 mil exemplares a 50 centavos de dólar cada. O primeiro ensaio trazia Marilyn Monroe nas famosas fotos do calendário. Feito na cozinha do apartamento do seu criador em Chicago, a primeira Playboy vendeu 50 mil exemplares em uma semana. Pouco mais de dez anos depois, Hefner se tornara uma lenda, uma espécie de mito atlético do sexo, com sua mansão com cascatas artificiais, e, naturalmente, suas mulheres, as famosas coelhinhas. Durante décadas, a coelhinha do mês, ou playmate, foi uma garota que qualquer um podia encontrar na rua. Ao lado da beldade das vizinhanças, os leitores também satisfaziam seus sonhos de ver atrizes despidas. No auge de sua beleza, posaram para Playboy símbolos sexuais como Ursula Andress, Brigitte Bardot, Kim Novak, Jayne Mansfield e Naomi Campbell. Se as celebridades exibiam seus corpos, escritores como Nabokov, James Baldwin e Norman Mailer exibiam seus talentos em um time de colaboradores tão respeitado quanto o escalado por publicações como New York Book of Review. Enquanto isso, a revista ganhava edições em todo o mundo. Aqui, trouxe a nudez de mulheres como Luiza Brunet e Bruna Lombardi. O destaque deste mês é Luciana Vendramini, 16 anos depois de ter tirado a roupa pela primeira vez na mesma publicação. Os anos dourados, e bilionários, de Playboy coincidiram com o desbunde sexual da década de 70. Nesta época, dois em cada cinco americanos entre 18 e 35 anos liam Playboy. Na década seguinte, no entanto, o espectro da Aids veio com a força moral de uma contra-revolução e o império de Hefner balançou - outra razão foi a forte concorrência de publicações e uma onda de pornografia avassaladora. O "maior atleta sexual do século" passava o comando da empresa para a filha Christie, que até hoje toca o conglomerado. Na festa dos 50 anos, foi anunciado pesados investimentos na tecnologia digital. No ano passado, o faturamento da TV e dos vídeos Playboy superou o da revista pela primeira vez. Mas, para Christie, o público está maior do que nunca: "Reforçamos nossa posição de maior fornecedor de conteúdo de entretenimento para adultos."

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