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Cineasta sai algemado de audiência na Câmara dos EUA

Por AYESHA RASCOE
Atualização:

O diretor de um documentário sobre os supostos riscos da produção de gás de xisto foi detido e expulso da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos durante uma audiência nesta quarta-feira, abrindo uma polêmica sobre a participação popular nesses eventos. A Polícia do Congresso algemou Josh Fox, diretor de "Gasland", documentário indicado ao Oscar, e o retirou do plenário da Comissão de Ciências da Câmara, depois que ele se recusou a parar de filmar. Os republicanos que controlam a comissão disseram que Fox não estava credenciado para fazer a filmagem, que era transmitida ao vivo pela Internet. A audiência discutia um relatório preliminar da Agência de Proteção Ambiental que apontava uma possível contaminação de um aquífero de Wyoming em decorrência do chamado "fraturamento hidráulico", a técnica de perfuração mostrada no polêmico documentário de Fox. Brad Miller, líder democrata na subcomissão de Ciência da Câmara, se opôs à expulsão de Fox do plenário, e disse que os republicanos também impediram o trabalho de cinegrafistas da ABC. "Todas essas regras são para controlar o acesso", disse Miller, que propôs uma moção para que "todos os filhos de Deus" possam filmar a audiência. A proposta de Miller retardou a audiência em quase 50 minutos, até que houvesse quorum para a votação. "Gasland" ganhou notoriedade por uma cena em que a água da torneira entra em combustão. Defensores da produção do gás de xisto dizem que o filme estava repleto de imprecisões e que distorce o histórico de segurança da produção de gás de xisto no país. A produção de gás de xisto disparou nos últimos anos graças a avanços da técnica do fraturamento hidráulico. Críticos dizem que essa tendência ameaça gravemente os mananciais e a saúde pública.

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