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Cine PE tem três grandes vencedores

Por AE
Atualização:

É possível até imaginar que o júri da 16.ª edição do Cine PE Festival do Audiovisual, que terminou na quarta-feira, presidido pelo cineasta João Batista de Andrade tenha encarado sua atividade como reparadora, porque ele descarregou seus prêmios mais importantes em dois filmes - justamente aqueles que tiveram problemas de projeção e foram exibidos de novo. À Beira do Caminho, de Breno Silveira, recebeu a Calunga de melhor filme do júri oficial e popular, mais os prêmios de roteiro (Patrícia Andrade), ator (João Miguel) e ator coadjuvante (Vinicius Nascimento). Boca, de Flávio Frederico, ficou com melhor direção, atriz (Hermila Guedes), trilha (BID) e direção de arte, o mesmo número de Calungas obtido por Paraísos Artificiais, de Marcos Prado, sobre música eletrônica, que estreia hoje nas salas de todo o País - melhor atriz coadjuvante (Divana Brandão), fotografia (Lula Carvalho), montagem e edição de som.O filme de Silveira é belo, naquela linha de cinema narrativo e emocionante, com forte apelo musical, que vem sendo a praia do diretor de 2 Filhos de Francisco. Durante a realização, ele sofreu uma perda grave e ontem, abraçado às filhas no palco do Cine-Teatro Guararapes, ele dedicou o prêmio à mulher que morreu, Renata. Essa perda está presente no filme, que trata de reparação, de pais e filhos, de encontros e desencontros. Tudo isso também está presente em Paraísos Artificiais, mas o filme de Silveira é mais pudico, com suas românticas canções de Roberto Carlos. O outro, sobre fundo de raves, tem drogas e safadeza. É sensorial, com suas cenas de sexo que querem ser, acima de tudo, ?plásticas?.Boca, ex-Boca de Ouro, já tem dois anos ou mais. A cinebiografia de Hiroito, célebre bandido da Boca do Lixo, serve a um retrato das transformações de São Paulo e o diretor chega a dizer que fez um verdadeiro documentário sobre a prostituição na cidade (embora tenha sido filmado em Santos - sairia muito caro maquiar o centro de Sampa para lhe devolver o ar dos anos 1950 e 60). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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