PUBLICIDADE

Christie's leiloa obra de Dalí com preço recorde

Entre as obras já vendidas do surrealista, 'O Mel É Mais Doce Que o Sangue' atingiu o valor mais alto

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A tela O Mel É Mais Doce Que o Sangue, uma das criações de Salvador Dalí de grande valor histórico, bateu um recorde de venda para o artista ao ser leiloada na Christie's de Londres por 4.794.215 milhões de euros (cerca de R$ 11 milhões).

 

PUBLICIDADE

O quadro homônimo, de 1927, supostamente inspirado na relação do criador espanhol com seu compatriota o poeta Federico García Lorca, está desaparecido, mas é conservado o painel preparatório, cujo preço se havia estimado em 3,4 milhões de euros (cerca de R$ 7,8 milhões).

 

Durante o leilão desta quarta-feira, 9, essa obra de enorme beleza e valor histórico superou um recorde mundial para Dalí, segundo um porta-voz da Christie's.

 

Se trata de uma das primeiras obras surrealistas de Dalí e reflete a influência de outras destacadas figuras desse movimento, entre elas Yves Tanguy, além de incluir imagens, como o cadáver de um burro rodeado de moscas, que são familiares em outras criações, como o filme Um Cão Andaluz, no qual o pintor colaborou com o cineasta Luis Buñuel.

 

A frase do título da obra parece haver obsediado o gênio espanhol toda sua vida e aparece citada em sua autobiografia A Vida Secreta de Salvador Dalí, onde qualifica o prazer solitário da masturbação como "mais doce que mel", enquanto que para seu amigo Lorca as relações sexuais eram como uma selva de sangue.

 

O temor ao sexo e à mulher são constantes na arte de Dalí nesses anos, que culminam nos quadros intitulados O Grande Masturbador e O Jogo Lúgubre.

 

Na peça vendida nesta quarta-feira pela Christie's,

Publicidade

esses temas fetichistas surgem sobre uma praia que corta em diagonal o quadro e na que aparecem, além do burro morto e agulhas cravadas na areia, um cadáver decapitado de mulher e uma cabeça com olhos fechados que poderia ser de García Lorca.

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.