China recupera pergaminho por US$ 3,6 milhões

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Por Agencia Estado
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A China pagou a quantia recorde de US$ 3,6 milhões a um museu japonês para comprar um pergaminho chinês do século 9 D.C., como parte de seus esforços para recuperar tesouros nacionais. O governo chinês informou hoje que a compra, efetuada na sexta-feira, foi a primeira de um fundo especial criado este ano para resgatar obras-mestras chinesas pertencentes ao acervo de outros países. O funcionário Tang, da Administração do Patrimônio Cultural, disse que o pergaminho foi adquirido em um leilão em Pequim. Acrescentou que a obra saiu do país há mais de um século e terminou em um museu privado do Japão. O preço do manuscrito é o mais elevado já pago por uma obra em caligrafia chinesa, destacou Tang. A aquisição será exibida no museu do Palácio da Cidade Poribida em Pequim, antiga residência dos imperadores chineses. Os chineses consideram sua escrita ideográfica como uma arte equiparável à pintura, e as obras dos melhores calígrafos alçançam altos preços. O autor do pergaminho, Mi, viveu de 1051 a 1107, durante a dinastia Song. Um pesquisador do museu, Jin Yunchang, disse que Mi utilizou uma técnica em que cinzelou os 39 caracteres do pergaminho em uma pedra e em seguida os imprimiu em papel.A frase descreve a beleza da pedra utilizada para a impressão e a compara com as cinco montanhas às quais freqüentemente se refere a poesia chinesa. Tang considerou o momento atual bom para entrar no mercado mundial de arte devido à crise na economia global. Relativamente poucas obras de arte chinesa antiga estão no país. Muitas foram levadas para o exterior durante décadas de guerra civil, e outras foram destruídas durante a Revolução Cultural entre 1966 e 1976, durante o governo de Mao Tsé-tung.

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