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China libera o nu e reprime Nobel

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo chinês autorizou pela primeira vez, depois de décadas, uma exposição de fotos de nu feminino. A mostra que acontece em Cantão, sul da China, está sendo acolhida com grande êxito pelo público, que não demonstra estar escandalizado. Mas enquanto o nu deixa de ser tabu no país, a mesma abertura não se repete em outras áreas: o Nobel de literatura Gao Xingjian, primeiro chinês a ganhar o prêmio, é desprezado pelas autoridades do país. De acordo com o diário Ming Pao, o chefe do executivo de Hong Kong, Tung Chee-hwa, e o diretor de assuntos culturais, Paul Leung Sai-wah, rechaçaram hoje um convite de Gao Xingjian para assistir a sua recepção de honra. Além disso, Gao foi advertido por Pequim para falar apenas de literatura em suas aparições em público. O novelista e dramaturgo tem sua obra proibida em todo o território chinês. Depois de ter seu nome incluído em uma "lista negra", em 1987, em Pequim, ele se exilou na França como refugiado político. Quando ocorreu o massacre da Praça da Paz, em 1989, Gao jurou nunca mais voltar à China, mas está em Hong Kong, território reincorporado pela China em 1997, para uma visita de três dias. Gao recebeu o Prêmio Nobel no ano passado por sua obra moderna e humanista que inclui novelas como Soul Mountain, One Man´s Bible e The Fugitives. Após ganhar o prêmio, Pequim acusou todo Comitê do Nobel de ter agido de acordo com interesses políticos. Durante sua visita a Hong kong, Gao deve falar sobre o seu trabalho e suas experiências em diferentes universidades, antes de partir para a Tailândia, nesta quinta.

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