Chega a SP exposição com 99 fotos do estúdio Harcourt

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Por AE
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Escultor da luz - essa é a forma com que o Estúdio Harcourt gosta de se definir. Criador de imagens míticas, especialmente de personalidades do cinema, o estúdio francês criou uma técnica que se transformou em sinônimo de sua marca, ou seja, todos seus modelos são retratados em preto e branco e com o mesmo efeito de luz. O resultado são imagens deslumbrantes, atemporais e que ressaltam apenas as qualidades físicas de seus retratados. Um bom exemplo dessa beleza poderá ser visto na exposição "Harcourt, Escultor de Luz", que abre no dia 8 de janeiro, no MuBE.São 99 retratos de personalidades da política, moda, música, dança, esporte e, claro, do cinema, figuras como François Mitterrand, Alain Delon, Marlene Dietrich, além de brasileiros como Gloria Pires e Gustavo Kuerten. "Uma foto assinada pelo estúdio Harcourt se distingue de outras logo de cara", afirma Yann Lorvo, diretor geral da Aliança Francesa do Brasil que, ao lado da L?Oréal, trouxe a exposição ao País. "Nela, encontramos um dom da encenação para criar uma atmosfera à altura do modelo."De fato, alguns detalhes são característicos da marca Harcourt - a começar pela maquiagem, que "veste" o rosto, ressaltando suas perfeições que serão sacralizadas pelo facho de luz. Todas as imagens são corrigidas em laboratório, onde detalhes antiestéticos são consertados ou mesmo apagados. Afinal, não se realiza ali um retrato comum, mas uma obra de arte. A imagem da atriz e modelo Laetitia Casta, por exemplo, evoca o rosto de bronze esculpido por Brancusi, "A Musa Adormecida".O estúdio foi fundado em 1934, em Paris, fruto da união de Cosette Harcourt, especialista em fotografar retratos, com os irmão Lacroix, donos de jornais que precisam de imagens para publicar. Ao grupo, uniu-se Robert Ricci, filho da estilista Nina Ricci. Como diretora, Cosette logo desenvolveu o estilo do estúdio, marcado pela estética do cinema.Até 1968, quando deixaram o estúdio, Cosette e os irmãos Lacroix retrataram inúmeras personalidades a partir de um arquétipo de beleza atemporal, que confere uma certa semelhança a todos os retratos, formando uma iconografia que nega as rupturas históricas ou sociais. Por conta disso, não havia quem não se interessasse em passar uma tarde posando. "Na França, não é ator quem não foi fotografado pelo estúdio Harcourt", disse, certa vez, o sociólogo Roland Barthes, referindo-se ao fato de, a partir da 2ª Guerra Mundial, quase todas salas de exibição ostentavam fotos dos artistas nas paredes. Sempre com a assinatura Harcourt. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.HARCOURT, ESCULTOR DA LUZLocal: Museu Brasileiro da Escultura (Av. Europa, 218). Abertura: Dia 8/1, 19 h. Grátis. Até 28/1

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