Chanceler alemã lamenta revelação tardia de Grass

Angela Merkel queria que o Prêmio Nobel de Literatura Günter Grass tivesse contado antes que integrou a Waffen-SS, corpo de elite militar do regime nazista

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, lamentou nesta segunda-feira que o Prêmio Nobel de Literatura Günter Grass não tenha revelado antes seu envolvimento com a Waffen-SS, corpo de elite militar do regime nazista, tema de sua autobiografia lançada na semana passada. "Desejaria que ele nos tivesse informado tudo sobre sua biografia desde o começo", disse em uma coletiva de imprensa em Berlim. Em uma entrevista ao jornal "Frankfurter Allgemeine" o escritor, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1999, revelou ter ter feito parte das Waffen-SS nazistas (forças policiais de Hitler) em sua juventude, aos 17 anos, e que decidiu contar detalhadamente em sua autobiografia, 60 anos após o fim da 2.ª Guerra Mundial. A declaração chocou seus admiradores e causou forte polêmica no meio intelectual, levando sua editora a antecipar de 1.º de setembro para 16 de agosto o lançamento de "Beim Haeuten der Zwiebel" (Descascando Cebolas). No final de semana, o livro chegou ao topo da lista de mais vendidos da Alemanha. A editora alemã Steidl praticamente já esgotou a primeira edição de 150 mil exemplares e vai imprimir a segunda, de 100 mil exemplares. Angela Merkel, oriunda da ex-Alemanha comunista foi uma fervorosa partidária da reunificação das duas Alemanhas em 1990, enquanto Grass criticava a reunificação, temendo que levasse ao ressurgimento de uma hegemonia alemã na Europa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.